Uma planilha do Ministério da Saúde obtida pelo site O Antagonista revela que o governo brasileiro gastou R$ 5,7 bilhões em quatro anos com o Programa Mais Médicos, que trouxe profissionais de Medicina cubanos para atuar em alguns rincões do país. Pelo acordo firmado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o valor total inicialmente é repassado à Organização Panamericana de Saúde (Opas), mas boa parte dele vai parar em Cuba.
Do total, R$ 4,3 bilhões foram gastos com a chamada “bolsa-formação”, o nome que se dá ao “salário” dos médicos. Como o governo de Cuba embolsa 75% do valor pago pelo governo brasileiro, isso significa que algo em torno de R$ 3,2 bilhões foram parar nos cofres da ditadura de Raul Castro.
O Antagonista destaca que esse valor é superior aos R$ 2,9 bilhões em empréstimos concedidos pelo BNDES para obras do Porto de Mariel (R$ 2,4 bilhões), aeroporto de Havana (R$ 525 milhões) e para construção de fábricas locais (56 milhões). Significa dizer que o Brasil entregou ao governo cubano dinheiro suficiente para construir outro porto, outro aeroporto e mais fábricas. Com a diferença de que, nesse caso, o dinheiro não será devolvido.
Já a diferença de R$ 1,3 bilhão que fica na Opas foi usada para pagamento de passagens aéreas, consultorias, auxílios diversos e com a taxa de administração da organização. A planilha foi fornecida pelo Ministério da Saúde ao Tribunal de Contas da União (TCU), que apura a legalidade do programa.
Suficiente para formar 52 mil médicos
Segundo o TCU, os quase R$ 6 bilhões gastos no Mais Médicos seriam suficientes para formar 52.413 novos médicos brasileiros para serviço permanente; para construir 14.068 unidades básicas de saúde (UBS), o equivalente a quase três UBS por cidade; ou construir uma UBS para cada município e usar o restante do dinheiro para formar cinco novos médicos para cada uma dessas unidades.
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