O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será julgado na próxima quarta-feira (24/1), em segunda instância, pela suposta aquisição irregular de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Mas esse não é o único imóvel ligados ao ex-presidente que complicam a vida dele na Justiça – coincidentemente, todos tramitam em Curitiba, sob os cuidados do juiz Sergio Moro Moro. Veja quais são:
Terreno para o Instituto
Esse é o principal enrosco do processo no qual Lula será interrogado nesta quarta-feira. O MPF acusa Lula e outros réus de lavagem de dinheiro de propina por contratos da Odebrecht com a Petrobras através da compra de um terreno em São Paulo que seria usado para a instalação de uma nova sede do Instituto Lula. O valor total de vantagens ilícitas usadas na compra e manutenção do terreno até 2012 chegou a R$ 12,4 milhões, segundo os procuradores. A construção, porém, nunca aconteceu.
Leia mais: Tudo sobre o depoimento de Lula
O acerto para a compra do terreno, segundo o MPF, foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, que confirmou as acusações dos procuradores. A compra desse imóvel foi realizada em nome da DAG Construtora Ltda., mas com recursos comprovadamente originados da Odebrecht.
Apartamento em São Bernardo
O aluguel de um apartamento em São Bernardo também é alvo do processo referente à compra do terreno para o Instituto Lula. Segundo o MPF, R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura do ex-presidente. De acordo com a denúncia, a nova cobertura, que foi utilizada por Lula, foi adquirida no nome de Glaucos da Costamarques – parente do pecuarista e amigo pessoal do ex-presidente José Carlos Bumlai –, que atuou como testa de ferro de Lula.
“Na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa Letícia Lula da Silva chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques, datado de fevereiro de 2011, mas as investigações concluíram que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015”, afirmam os procuradores.
Sítio em Atibaia
Lula é réu em outro processo na Justiça Federal de Curitiba, onde é acusado de ser o real proprietário de um sítio em Atibaia, em São Paulo. Segundo as suspeitas, o imóvel teria sido reformado pela Odebrecht como forma de pagamento de propina a Lula. O sítio está oficialmente em nome de Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho, mas uma perícia no local no ano passado revelou que só havia objetos pessoais de Lula e da ex-primeira dama Marisa Letícia no local.
Ao menos cinco delatores da Odebrecht relataram à Procuradoria-Geral da República detalhes sobre a reforma feita no sítio. Entre eles, o patriarca da família, Emílio Odebrecht, disse ter informado Lula sobre o andamento da obra em reunião no Palácio do Planalto. Também delator, o engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior afirmou ter comprado até um cofre para guardar o dinheiro usado para reformar o imóvel.
Tríplex no Guarujá
Lula já foi condenado por Moro a nove anos de prisão em regime fechado por corrupção e lavagem de dinheiro no processo envolvendo o tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula teria recebido “benesses” da empreiteira OAS – uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris.
O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários). O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira. Os procuradores da Lava Jato acusam na Justiça Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma. A defesa de Lula recorreu da condenação e o caso aguarda julgamento em segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).
Reforma tributária eleva imposto de profissionais liberais
Dino dá menos de um dia para Câmara “responder objetivamente” sobre emendas
Sem Rodeios: José Dirceu ganha aval do Supremo Tribunal Federal para salvar governo Lula. Assista
Além do Google, AGU aumenta pressão sobre redes sociais para blindar governo