Pouco mais de quatro meses após a divulgação de um diálogo comprometedor entre Aécio Neves (PSDB-MG) e o sócio da JBS Joesley Batista, o PT protocolou nesta quinta-feira (28) um pedido no Conselho de Ética do Senado que pode resultar na cassação do senador.
No documento, o PT pede a abertura de um procedimento disciplinar para “verificação de quebra de decoro parlamentar em face do Senador Aécio Neves da Cunha”. Como argumentação, a sigla anexa ao pedido as acusações feitas pelos delatores da JBS contra Aécio.
A decisão do PT, de pedir a cassação de Aécio, ocorre um dia depois de o partido ter divulgado nota criticando o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter afastado o tucano do mandato e imposto a ele recolhimento noturno em casa. O partido foi criticado por suas bases por ter defendido que o Senado revisse a decisão do Supremo, em favor do tucano.
O tucano foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Em março deste ano, ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões.
Na conversa, que veio à público após a delação de Joesley, em maio, Aécio fala sobre a necessidade de fazer mudanças na estrutura da Polícia Federal, entre outras medidas que foram consideradas por investigadores como tentativas de atrapalhar as investigações da Lava Jato.
Pedido anterior do Rede foi arquivado
Pedido semelhante ao que o PT faz agora foi apresentado pela Rede em maio, mas foi arquivado pelo Conselho de Ética do Senado.
“Em razão de notícia de acordão, vamos apresentar o pedido de abertura para averiguação de quebra de decoro do senador Aécio Neves. Chegamos à conclusão que foi por omissão do Senado que o Supremo tomou essa decisão”, disse o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE).
“Entendemos que essa é uma questão que tem que ser avaliada por esse Parlamento. Na primeira discussão que tivemos no Conselho de Ética, nos opusemos”, acrescentou, em discurso realizado na manhã desta quinta durante sessão do Senado.
O pedido do PT deve ser analisado pelo presidente do conselho, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA), a partir da próxima semana.
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