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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Que horas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Curitiba? Essa é a pergunta que todo mundo – de apoiadores a críticos do petista, e até mesmo jornalistas – quer saber a resposta. Lula precisa estar na capital paranaense nesta quarta-feira (13) para prestar depoimento ao juiz Sergio Moro no processo do Instituto Lula. O interrogatório está marcado para as 14 horas. Assim como ocorreu em maio, quando o petista prestou seu primeiro depoimento, a vinda de Lula é cercada de mistério.

Ninguém sabe como e quando ele virá. Já foi levantada a possibilidade de o ex-presidente chegar a Curitiba em um ônibus rodoviário – e emendar uma caravana pelo Sul do Brasil. Essa hipótese foi descartada, já que ele pretende iniciar a nova fase de sua caravana por Minas Gerais, só em outubro. Agora, o burburinho é de que Lula virá de carro, ainda nesta terça-feira (12), e ficará hospedado na casa de um amigo.

Em maio, a opção carro e hospedagem na casa de amigos também foi muito comentada. Inclusive, havia informações de que Lula ficaria hospedado em um hotel no centro de Curitiba – que teve de tudo, menos Lula. No fim das contas, a escolha do ex-presidente foi a de vir no dia do depoimento, no período da manhã, em um jatinho emprestado por um amigo.

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Cidade congelada

Em maio, alguns pontos de Curitiba ficaram “congelados” por causa do aparato de segurança para o depoimento de Lula. Dessa vez, o esquema será um pouco menor, porque há menos eventos paralelos ao depoimento marcados, tanto de apoiadores quanto de opositores do ex-presidente. Cerca de mil policiais vão trabalhar no esquema de segurança desta vez, mas os bloqueios na região do Ahú, onde fica a sede da Justiça Federal, estão mantidos.

No primeiro depoimento, Lula deu um “olé” em quem esperava encontrá-lo pela cidade. Do hangar particular onde seu jatinho pousou até a Justiça Federal, houve um grande desencontro de informações. Ele iria ao mesmo hotel em que ficaram muitos políticos do PT e aliados – entrou e saiu de lá quase sem ser visto por ninguém. Dali, partiu para o escritório de um advogado no Bacacheri, onde acertou os últimos detalhes da sua defesa. Depois, foi para a Justiça Federal – parou e caminhou no meio do povo, em mais uma jogada de marketing político típica da construção de sua imagem – e prestou depoimento por quatro horas e meia.

Só então fez a sua primeira grande aparição pública: foi para a Praça Santos Andrade, onde havia um ato de apoio a ele. Subiu no palco e, finalmente, falou com o público – estimado em 5 mil pessoas. “Se eu fiz algo errado, eu quero ser julgado pelo povo brasileiro, antes de ser julgado pela justiça”, disse do palanque. Dois meses depois, foi condenado a nove anos e meio de prisão por Moro, mas recorre em liberdade.

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Mobilização, mas não tanto

A redução do aparato policial tem motivo: dessa vez, não tem caravana nem de apoiadores, nem de críticos, vindo a Curitiba. Sem acampamento na rodoviária, nem na pracinha da Justiça Federal, os eventos marcados para o dia 13 de setembro são bem mais modestos que os esperados em maio.

O próprio PT não deve comparecer em peso: há poucas confirmações de presença de lideranças nacionais da legenda – apenas o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha já está na cidade – e a expectativa é de um público de 4 mil pessoas no ato marcado para as 15 horas na Praça Generoso Marques, no centro da cidade. Do outro lado, os opositores de Lula prometem barulho, mas em menor proporção. Narli Resende – porta-voz de cinco grupos distintos: Curitiba Contra a Corrupção, Acampamento Lava Jato, Brasil Futuro, Movimento de Fiscalização Popular e Lava Togas – diz que muitas pessoas pegam o avião e vem para cá sem avisar o movimento. A expectativa é de que eles se concentrem na região do Museu Oscar Niemeyer, como da última vez.

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