Os deputados dão sequência nessa semana à votação da reforma política na Câmara. As percepções e sondagens dão conta de que o “distritão” – sistema eleitoral no qual os mais votados estão eleitos para os legislativos – será rejeitado. Assim como o financiamento público de campanha terá dificuldades em passar. O fim das coligações e a cláusula de barreira para o desempenho dos partidos são tidos como aprovações garantidas.
A atenção na Câmara estará voltada ainda para a cadeira da presidência. Rodrigo Maia (DEM-RJ) estará na interinidade da Presidência da República. Michel Temer fará viagem à China e levará na comitiva o 1.º vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), sucessor direto de Maia na Casa. Assim, o 2.º vice, o novato André Fufuca (PP-MA), deputado do baixo clero e de primeiro mandato, vai assumir os trabalhos durante esses dias.
Amigo de Eduardo Cunha
Fufuca ganhou notoriedade por sua proximidade com Eduardo Cunha. Foi um dos muitos parlamentares aliados do ex-presidente da Casa, hoje preso no Paraná. Fufuca, porém, era da cozinha de Cunha. Foi cabo eleitoral na campanha do peemedebista para presidir a Câmara, votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e se ausentou na votação da perda de mandato do amigo. Foi até a jogo do Flamengo com Cunha, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O deputado maranhense chegou a contratar a empresa de comunicação ligada à Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara e que chegou a ser citada nas investigações da Lava Jato. A Popsicle Digital Flavours, nome da empresa, fez assessoria de marketing político e cuidava das redes sociais de alguns parlamentares ligados ao pai. O custo era pago com recurso da cota parlamentar de cada um.
O deputado é um dos 46 parlamentares que, caso o distritão tivesse em vigência em 2014, não se elegeria. Ele se elegeu graças a votos de outros candidatos da chapa. Foi beneficiados por puxadores de voto.
Gilmar Mendes sob suspeita
No Supremo Tribunal Federal (STF) há uma expectativa quanto à volta do trabalho dos ministros. Os últimos dias da semana passada foram marcados pela celeuma envolvendo o ministro Gilmar Mendes, que deu decisões liberando presos também polêmicos. A Procuradoria-Geral da República pediu pediu à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que o ministro seja considerado suspeito de relatar atos que envolvam os empresários Jacob Barata Filho e Lélis Marcos Teixeira.
Na semana passada, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu a suspeição dada as relações entre Gilmar e Barata. O ministro foi padrinho de casamento de uma filha do empresário de ônibus do Rio. Janot questiona também o fato de Gilmar ter um cunhado sócio de Barata numa de suas empresas.
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