Protesto de policiais civis contra a reforma da Previdência provocou tumulto e quebra-quebra no prédio do Congresso Nacional nesta terça-feira (18). Eles tentaram entrar no prédio da Câmara dos Deputados pela chapelaria - um dos principais acessos de parlamentares, imprensa e público em geral.
O acesso do grupo ao prédio foi impedido pela segurança legislativa e o confronto teve início com a presença, inclusive, da tropa de choque. Foram lançadas bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta, muitas pessoas estão passando mal e os manifestantes quebraram os vidros da chapelaria.
O acesso ao prédio do Senado foi trancado e o plenário da Câmara dos Deputados, onde está prevista a votação na tarde de hoje do projeto de recuperação fiscal dos Estados, também foi fechado.
Os protestos foram organizados pela União Brasileira dos Policiais (UBP), que reúne 31 entidades da área e que querem o deputado Arthur Maia (PPS-BA) fora da relatoria da reforma da Previdência. Eles estão descontentes com a decisão do relator em estabelecer uma idade mínima, de 60 anos, para se aposentarem. Querem que seja mantido apenas a exigência dos 30 anos de serviço para se aposentarem.
“Se criou mais um critério, desnecessário. Um policial começa na carreira entre 18 e 40 anos. É uma atividade de risco permanente. Não precisa de mais limites”, disse Luís Antônio Baudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). “O governo destacou e separou os militares e os policiais militares na reforma. Eles não têm a exclusividade do risco”.
As entidades policiais são conhecidas pelo lobby forte que fazem dentro do Congresso quando envolvem direitos dessas categorias. “Aprendemos a fazer a atuação junto aos parlamentares, utilizando nossas bases nos estados também”, disse Baudens.
A UBP reúne, além de policiais federais, policiais civis, rodoviários federais, agentes penitenciários, guardas de trânsito e guardas municipais. Nos discursos em frente ao Congresso, Arthur Maia foi o alvo. “Esse relator não nos representa, até porque está sendo investigado na Lava-Jato pelos nossos colegas”, disse um dos manifestantes num discurso.
Relator
O relator Arthur Maia chamou de “vândalos” os policiais que quebraram vidraças da chapelaria da Casa. Em entrevista após reunião com representantes de policiais para negociar as regras de aposentadoria para a categoria, o parlamentar baiano disse que estava negociando com policiais. “Não com esses vândalos que quebraram o Congresso e que espero que sejam punidos”, afirmou.
Na avaliação do relator, os policiais quiseram mostrar com o protesto que “a violência compensa”. Mais cedo, Arthur Maia já tinha afirmado que o protesto era um direito democrático da categoria, mas que a “quebradeira” é crime.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião