O delegado da Polícia Federal Gastão Schefer Neto, 45 anos, que se envolveu em uma confusão com membros do acampamento pró-Lula na manhã desta sexta-feira (4), é suplente de deputado federal. Ele foi candidato a uma vaga na Câmara Federal em 2014, pelo Partido da República (PR). Schefer conseguiu cerca de 23 mil votos naquela eleição. Ele já foi diretor da Associação dos Delegados da Polícia Federal do Paraná (ADPF-PR).
Após o entrevero com a militância de Lula, o delegado teria dito que estava nervoso e com dificuldades para dormir. Ele mora na Rua Franco Giglio, na região da Polícia Federal, que está ocupada por petistas e outros apoiadores do ex-presidente desde o dia 7 de abril, quando Lula foi preso. Na prestação de contas de sua campanha, Schefer avaliou sua casa em R$ 80 mil. Em sites de venda de imóveis, as casas no local variam de R$ 200 mil a R$ 3 milhões.
Entre os apoiadores da campanha de Schefer estava o senador Alvaro Dias, na época filiado ao PSDB. Dias doou R$ 875 em recursos estimáveis para a campanha do delegado. Recursos estimáveis são receitas recebidas diretamente pelos candidatos ou partidos, por bens ou serviços prestados, mensuráveis em dinheiro, mas que não são doações financeiras. É o caso de alguém que doa, por exemplo, gasolina para ser utilizada na campanha eleitoral.
Devoto e armamentista
Em seu perfil no Facebook, o delegado faz “check-in” em uma igreja batista e curte a página do papa Francisco. Ele também segue páginas da pistola taurus 938, de um clube de tiro, da campanha do armamento, de uma empresa de venda de armas, do Exército e do Partido Militar Brasileiro. Entre os grupos que participa, estão “Curitiba contra o PT”, “Pena de morte sim” e “A nossa bandeira não é vermelha”.
Na esfera política, o delegado gosta da atual governadora Cida Borghetti (PP), de seu marido Ricardo Barros (PP), ex-ministro da saúde, do ex-governador Beto Richa (PSDB), do deputado federal Marco Feliciano (PSC) e do presidenciável Flávio Rocha (PRB). No mundo artístico, Schefer é fã do cantor Lobão e do apresentador Danilo Gentili.
‘Cidadão de bem’
Em entrevista a uma rádio em 2014, o delegado defendeu o armamento do “cidadão de bem”, evocando Hitler nos argumentos. “Hitler foi um dos primeiros a fazer desarmamento da população. Tirando as armas da população fica fácil de pegar e atacar, fazer o que quiser”, disse.
Na visão do delegado, o desarmamento serve para “deixar as pessoas indefesas”. Ele defendeu que todo “cidadão de bem” sem antecedentes criminais e com ocupação lícita pode ter porte de armas. “Armas não matam, pessoas matam.”
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