Apesar das cobranças das redes sociais, incluindo as de Jair Bolsonaro (PSL) e seus filhos, com a hashtag “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, o delegado Rodrigo Morais Fernandes, da Polícia Federal, responsável pela investigação do atentado, diz que sua investigação é técnica e está sendo acompanhada pelos próprios advogados do presidente eleito.
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“Conto com um bom aparato para conduzir a investigação e não há nada que possa ser feito de diferente ou além do que está sendo feito”, diz ele, a cargo da apuração desde 6 de setembro, quando o ataque ocorreu em Juiz de Fora (MG). A facada, que atingiu partes do intestino de Bolsonaro, quase o matou. O presidente eleito ainda carrega uma bolsa de colostomia para coletar gases e fezes e vai retirá-la apenas em janeiro.
Segundo o delegado, a investigação é exaustiva. “Os advogados do presidente estão acompanhando a investigação passo a passo e estão cientes de todo o esforço investigativo que está sendo feito, aos quais agradeço”, afirma Fernandes.
Especulações e cobranças, mesmo vindas publicamente do presidente eleito, não interferem ou pressionam o andamento do trabalho da PF, diz o delegado.
Na noite de terça-feira (18), Bolsonaro usou seu perfil pessoal no Twitter para compartilhar uma imagem com o questionamento sobre quem mandou matá-lo, seguido do comentário: “Já que a maior parte da imprensa simplesmente ignora...” O tema foi ecoado pelos filhos dele e repercutiu entre apoiadores.
O tuíte do presidente é resposta a uma reportagem do site G1, que fez uma retrospectiva de crimes que marcaram 2018 sem citar o atentado que ele sofreu.
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Um outro inquérito (número 475/2018) também apurou o atentado a faca contra o presidente eleito. O trabalho foi instaurado pela PF de Minas Gerais no dia 6 de setembro de 2018 e concluído em 28 de setembro de 2018. O relatório conclui que, até o momento, o único responsável pela tentativa de homicídio do presidente eleito é Adelio Bispo de Oliveira e que ele agiu sozinho no dia do crime.
Um segundo inquérito (503/2018) foi aberto ainda em setembro para investigar circunstâncias anteriores ao momento do crime. A PF investiga se Adelio teria cometido o crime a mando de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas ou a mando de algum grupo político. É esta investigação que ainda está em andamento.
“Existem várias diligências [investigações e coletas de prova] em curso. Acredito que a conclusão final [será] só no próximo ano mesmo”, declarou Fernandes.
Conclusões prévias
Segundo o inquérito concluído da PF de Minas Gerais, no dia do crime, Adelio agiu sozinho. Pessoas que estiveram próximas fisicamente dele no dia do crime foram interrogadas e tiveram celulares e computadores periciados. Em conjunto com imagens do momento do atentado, a PF concluiu que estas pessoas não tinham qualquer relação com o crime e com o autor da facada.
Com base na investigação da PF, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou Adelio no dia 2 de outubro pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, descrito no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Isso porque o agressor disse que o que o motivou a cometer o atentado foi sua discordância das posições políticas de Bolsonaro.
O juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora recebeu denúncia oferecida pelo MPF e tornou Adelio único réu no dia 4 de outubro. No dia 12 de outubro, Savino pediu que a sanidade mental de Adelio fosse avaliada.
Desde o dia do atentado, ele está preso preventivamente, atualmente na penitenciária federal de Campo Grande (MS).
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