| Foto: Evaristo Sa/AFP

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou com a imprensa nesta terça-feira (27), no Centro Cultural Banco do Brasil, após a indicação do capitão da reserva Tarcísio Gomes de Freitas para o Ministério da Infraestrutura. Ele tratou de assuntos como o reajuste dos salários do Supremo Tribunal Federal (STF), a indicação de militares para o governo, a articulação política no Congresso e a escolha de um porta-voz. Acompanhe:

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População vai pagar a conta do reajuste do STF

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Questionado sobre o impacto do reajuste de 16,38% para ministros do STF, Bolsonaro foi irônico e evitou fazer maiores comentários. “Pergunta para o Temer. O Temer quem decidiu sancionar”, respondeu.

O presidente Michel Temer sancionou na segunda-feira (26) o projeto de lei que eleva o salário dos ministros dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil. A medida deve gerar um efeito cascata, cujo impacto calculado por técnicos do Senado e da Câmara é de cerca de R$ 4 bilhões por ano. “A conta é a população brasileira quem vai pagar, todo o mundo. A minha responsabilidade nessa área começa em 1º de janeiro do ano que vem”, disse.

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Até 20 ministérios

O presidente eleito admitiu que seu governo poderá ter até 20 ministérios. “Nós nos perdemos um pouquinho, queríamos 15 ministérios, e por questão de funcionalidade, tivemos que manter status de ministério”, disse. Como exemplos, citou os casos do Banco Central e da Advocacia-Geral da União (AGU), para os quais já anunciou o economista Roberto Campos Neto e o advogado André Luiz Mendonça. “O Banco Central [manterá o status] até a sua independência. A AGU, entendemos que tem que ter o status de ministério”, disse.

Durante a campanha, Bolsonaro prometeu cortar a atual estrutura da Esplanada – de 29 pastas – para 15. Contudo, já anunciou 16 nomes para compor o primeiro escalão de seu governo ao confirmar, nesta segunda-feira, Tarcísio de Freitas para o Ministério da Infraestrutura.

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Segundo o capitão da reserva, o desenho final de sua estrutura de governo está em elaboração e deve ser apresentada até quarta-feira (28) por Onyx. Há ainda indefinições sobre oito ministérios: Trabalho, Esporte, Cultura, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Turismo. Outros dois indefinidos são Cidades e Integração Nacional, que podem ser unificados em Desenvolvimento Regional.

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Bolsonaro estuda fundir Esporte e Cultura com Educação e Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Turismo em uma pasta chamada Cidadania. “Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí: mulher, igualdade racial”, afirmou, em relação à Cidadania.

Quem vai fazer a coordenação política

Bolsonaro disse que a articulação política será compartilhada entre o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, anunciado na segunda-feira (26) como ministro da Secretaria de Governo.

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“[Será] compartilhada. Onyx vai ser o comandante dessa área. Santos Cruz também vai ter responsabilidade nessa área, ele muitas vezes teve em audiências no Parlamento, sabe como funciona. Foi conversado com ele sobre todas as suas responsabilidades. No meu entender, é uma pessoa qualificada para a função.”

A escolha de um general para o posto de articulador com o Legislativo, contudo, foi vista com surpresa por aliados e parlamentares. “O Santos Cruz, diferentemente do que as pessoas pensam, é uma pessoa que fala mais de um idioma, tem uma vivência fora do Brasil, é um combatente também. Vai surpreender no trato com parlamentares”, disse.

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Mais militares no governo

Bolsonaro confirmou que terá quatro ministérios do Palácio do Planalto, dobro do número previsto logo depois da vitória. Desse grupo, dois são militares, o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Santos Cruz. Além deles, deve ter papel de destaque o general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, cujas atividades ainda não foram definidas.

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Capitão reformado do Exército, Bolsonaro já conta com seis militares no primeiro escalão de seu governo: Mourão, Heleno, Santos Cruz, Fernando Azevedo e Silva (ministro da Defesa), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Freitas, que é capitão do Exército.

Questionado sobre se pretende indicar outro militar para ocupar um ministério, ele não descartou a possibilidade. “É possível. Quando o PT escalava terrorista, ninguém falava nada”, disse.

À procura de um porta-voz

O presidente eleito disse que pretende ter um porta-voz em seu governo, mas que o nome ainda não foi definido. “Estamos em contato com uma pessoa, ela ainda não deu sinal verde”, disse. Questionado sobre se essa pessoa poderia ser a senadora Ana Amélia (PP-RS), que ficará sem mandato a partir de fevereiro de 2019, Bolsonaro disse que ela é uma ‘excelente pessoa’. “Se for possível, nós a aproveitaremos, ou melhor, a convidaremos”, afirmou.

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