Um estudo assinado por três economistas do Banco Itaú estima que a reforma trabalhista, que entrará em vigor em novembro, será capaz de elevar a renda média do brasileiro ao longo dos próximos anos e reduzir o desemprego.
A estimativa é que o PIB per capita poderá ter um crescimento adicional de 3,2% em quatro anos, ou 0,8% ao ano por causa da maior flexibilidade do mercado de trabalho. Além disso, as novas regras devem ter efeito sobre a geração de empregos, com a potencial criação de 1,5 milhão de postos de trabalho.
Os economistas Fernando Gonçalves, Luka Barbosa e André Matcin usaram como ponto de partida o Índice de Competitividade do Banco Mundial, no qual o Brasil ocupa a 81ª colocação entre 138 países. Eles estimaram que a reforma teria um impacto positivo no recorte do índice que mede a competitividade do mercado de trabalho, o que elevaria o índice total do Brasil de 4,06 para 4,09, passando para a 78 ª colocação no ranking geral.
Embora pareça pequeno, o impacto econômico dessa evolução poderá ser de até 3,2% no PIB per capita, segundo os economistas. Essa estimativa foi feita a partir da regressão dos dados de todos os países no ranking do Banco Mundial.
O maior crescimento do PIB do que seria possível sem a reforma teria um impacto na geração de postos de trabalho: o desemprego cairia até 1,4 ponto percentual após as mudanças na lei.
O cálculo feito pelo Itaú é um dos primeiros a tentarem estimar os efeitos da reforma trabalhista. Durante a tramitação da reforma, o assunto colocou em lados opostos especialistas na área da economia do trabalho, pois os estudos ainda são pouco conclusivos. O próprio Banco Mundial, em um estudo de 2013, chegou à conclusão de que os efeitos da flexibilização da lei trabalhista foram modestos em países que passaram pelo processo.
Os economistas do Itaú ressaltam que a eficiência da reforma depende de sua implementação e que o ganho de competitividade do Brasil também só será sustentável com outras mudanças. “Nossa análise indica, portanto, que a reforma trabalhista terá impacto positivo e significativo na produtividade da economia. No entanto, para alcançar níveis de competitividade mais elevados, são necessárias mudanças em outras frentes, como qualidade das instituições, ambiente macroeconômico (incluindo a complexidade tributária) e infraestrutura.”
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