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| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Na conturbada entrevista que concedeu logo após ser escolhido relator do caso Temer na CCJ da Câmara, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) soltou uma expressão que assusta todo e qualquer investigado: que vai atuar em sintonia com a sociedade e que seu compromisso é com o país.

A declaração deve ter assustado os emissários do presidente Michel Temer na comissão, ainda que tenha deixado em branco perguntas como se irá aceitar ou não depoimentos de envolvidos nessa trama. A oposição quer convocar o empresário Joesley Batista, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e o executivo da JBS Ricardo Saud. O que eles têm a dizer Temer não gostaria de ouvir.

Zveiter lembrou que a Câmara é um poder independente – outra sinalização, ao menos no discurso, de que não será uma marionete do Palácio do Planalto. “Meu compromisso é com o país, com o Brasil, com a Câmara dos Deputados, que é um poder autônomo, independente e que tem que desempenhar um papel que seja compatível com o que a sociedade, a imprensa e as partes esperam”, afirmou.

No seu segundo mandato de deputado, Zveiter tem mais tempo de carreira fora do Congresso Nacional. Já foi duas vezes presidente da seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, foi secretário de Justiça do governo Sérgio Cabral e tem uma atuação na Justiça esportiva, tendo presidido o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), ligado à CBF. Já foi um brizolista, esteve filiado ao PDT, passou pelo PSD e, nas suas palavras, “está” no PMDB.

O relator não vê problemas em ser do mesmo partido do presidente investigado. “Isso não é problema. Eu me considero em condições de ser o relator. Por ser advogado, fui duas vezes presidente da OAB do Rio. Vou atuar estritamente como prevê a Constituição e o regimento da Câmara”.

Oposição torce o nariz

Deputados da oposição na CCJ preferiam que o relator fosse de outra legenda. “A princípio, seria preferível que não fosse alguém do partido do presidente. De qualquer forma, espero que o escolhido atue de forma independente. O relator deve colocar o Brasil acima de vínculos partidários ou quaisquer interesses, tocando o relatório com total respeito à Constituição, de forma isenta e atendo-se aos fatos, que são irrefutáveis”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ).

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