Renan Calheiros diz que lhe preocupa o equilíbrio institucional e que, se for necessário, será candidato a presidente do Senado| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Cotado para presidir o Senado pela quarta vez, Renan Calheiros (MDB-AL) divulgou na segunda-feira (3) uma mensagem em que, apesar de afirmar ainda não ter decidido entrar na disputa, se diz preocupado com o “equilíbrio institucional”. O senador alagoano também critica aquele que, hoje, é tido como seu principal adversário, o cearense Tasso Jereissati (PSDB).

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No texto divulgado em redes sociais, Renan afirma não querer ser presidente do Senado “a qualquer custo”, mas admite considerar a possibilidade e que o MDB só indicará um nome para a disputa na “undécima hora”. “Se tiver de ser candidato, serei”, escreveu o senador.

Renan quer ser o candidato da esquerda e do novo governo

Apesar de ser o nome que, atualmente, conta com a simpatia de petistas, procurou demonstrar na mensagem distância do partido do ex-presidente Lula, declarando que terá “as maiores dificuldades na bancada do PT”.

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Renan já vem trabalhando nos bastidores pela sua candidatura e colocou em marcha um plano de articulação que equilibra interesses da esquerda e do novo governo. O objetivo é tentar convencer seus pares de que é a melhor opção para assumir as Casas a partir de fevereiro de 2019.

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Ao mesmo tempo que se aproxima de auxiliares do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já que jantou com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada, Renan já conversou com lideranças de esquerda, como o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE), e deve ser procurado por petistas ao longo desta semana.

Para evitar desgaste, o emedebista alagoano só anunciará se será, de fato, candidato, mais próximo da eleição, a partir de fevereiro do ano que vem.

Críticas ao tucano Tasso Jereissati

No texto divulgado na segunda-feira (3), Renan faz, ainda, críticas ao principal adversário à presidência do Senado, o cearense Tasso Jereissati. Ele diz que, contra Tasso, é capaz de ganhar até entre os tucanos.

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“Se for contra o Tasso, deverei ganhar no PSDB, no PDT, no Podemos, no DEM. Aliás, essa hipótese dificilmente se viabilizará. Primeiro, porque as urnas deram ao MDB o direito de indicar o candidato. Segundo, porque Tasso continua patrimonialista (tudo que os brasileiros mostraram não querer mais).”

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O ex-presidente do Senado completa: “Há três meses, eu estava cuidando da campanha em Alagoas e Tasso me ligou desesperadamente para que eu viesse a Brasília aprovar a manutenção do subsídio da indústria de refrigerante. Imagine: continua produzindo coca-cola e obrigando os cearenses a pagar 100% do custo da produção, inclusive da água, que nessa indústria representa 98%. E ainda querendo que o Senado continue a pagar o combustível do seu jato supersônico”.

Renan se apresenta como o ‘equilíbrio institucional’

Em seguida, Renan faz ponderações em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Presidência da República e diz o por quê da sua possível candidatura. “Preocupa-me apenas o equilíbrio institucional”, afirma o ex-presidente do Senado.

“Mais do que qualquer um eu sei – porque já vivi – que democracia nenhuma sobreviverá sob a coação de ministro do Supremo tentando afastar chefe de Poder por liminar. Nesses anos todos, a única coisa que aprendi foi que, quando você empossa um presidente eleito – e já empossei três presidentes diretamente –, ali, naquela hora, quando as instituições estão reunidas, ninguém individualmente salva ninguém. Tem que ser uma ação coletiva, nunca isolada”, afirma no texto.

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Ao dizer que dedica-se a “fechar a tampa” da atual legislatura, “que foi varrida pelas urnas”, critica o desejo de se votar projetos que enfraquecem a lei da ficha limpa, que flexibilizam a lei das estatais, além da lei geral das telecomunicações e da cessão onerosa.

Por fim, ele menciona o senador Romero Jucá (MDB-RR), que reassumiu a liderança do governo na semana passada, após ser derrotado nas urnas e não ter conseguido se reeleger. “Hoje, por telefone, disse ao Romero Jucá (meu irmão), que ele não estava entendendo que a criminalização do processo continua. O STF não conseguiu votar o indulto do ano passado, imagine quando irá apreciar o de agora. Segue o jogo...”, encerra Renan.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]