Os atos políticos de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já começaram em Curitiba e não faltaram críticas à Operação Lava Jato. Em evento interno do PT realizado na noite desta terça-feira (9), o presidente nacional do partido, Rui Falcão, criticou o juiz federal Sergio Moro, acusando-o de ser parcial na condução dos processos.
“Juiz não tem adversário e nem apoiador”, declarou Falcão, em referência ao vídeo publicado por Moro no último sábado (6), em que o magistrado pede para seus apoiadores não irem às ruas de Curitiba nesta quarta-feira (10), dia em que Lula prestará depoimento sobre o caso do triplex do Guarujá (SP). No vídeo, Moro diz que “tudo que se quer evitar nessa data é alguma espécie de confusão e conflito” e que alguém “se machuque”.
Apesar dessa justificativa, Falcão manteve a postura de ataque. “Ele tira a toga para assumir um lado. E não é o nosso lado”. Dessa forma, o que presidente nacional do PT defende é que Moro não tem condições de estar à frente dos julgamentos relacionados à Lava Jato. “É um julgamento viciado, com cartas marcadas”, defende.
Falando para uma plateia de petistas, Falcão fez ainda uma provocação, afirmando que as pessoas têm que parar de chamar a cidade de República de Curitiba, expressão criada pelo próprio Lula. “Tem que chamar de Monarquia de Curitiba, porque é uma monarquia – e absolutista ainda. República somos nós, a população que luta”, diz.
Outro ponto defendido pelo presidente nacional do PT foi a libertação dos demais membros do partido que seguem presos na cidade em decorrência da operação. “Nós ainda temos companheiros que precisam ser soltos porque foram presos injustamente. É o princípio da imposição de um estado de exceção, em que você é culpado até que se prove o contrário.” Rui Falcão aproveitou o momento ainda para saudar o ex-ministro José Dirceu, solto por decisão do Supremo Tribunal Federal na semana passada.
Mais críticas à Lava Jato
Quem também aproveitou o evento às vésperas do encontro entre Lula e Moro para fazer críticas à Lava Jato foi o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Com um tom bastante agressivo, ele acusou a operação de trabalhar para o que chamou de “golpe” e inviabilizar uma possível candidatura de Lula nas próximas eleições. “Eleição em 2018 sem Lula é fraude”, declarou. Para ele, o momento é de mudança de estratégia para o PT. “Precisamos mudar de estratégia. Não é mais paz e amor, como em 2003. Agora é uma militância aguerrida e pronta para a luta”.
Já a senadora paranaense Gleisi Hoffman foi um pouco mais amena, destacando que o objetivo do partido não é o confronto, mas defender a democracia e o ex-presidente. “Não somos contra a Lava Jato, mas ela não pode ter lado. Não pode servir para criminalizar a política e politizar o Judiciário brasileiro.”
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