A renomada revista britânica The Economist trouxe em sua última edição uma longa reportagem sobre o uso do Exército no Brasil. Em um país distante do envolvimento em guerras, as Forças Armadas têm 334 mil homens que hoje têm mais utilidade no patrulhamento de cidades afetadas pela violência e no combate ao narcotráfico.
A revista observa que as Forças Armadas têm preenchido vácuos deixados pelas polícias e feito cada vez mais o trabalho de combate ao crime nas cidades. Os pedidos de ajuda dos estados têm se avolumado e, embora apenas 20% deles sejam atendidos, eles têm tomado cada vez mais tempo das corporações. Nas contas da revista, no ano passado os soldados passaram 100 dias patrulhando cidades, o dobro dos nove anos anteriores somados.
O uso das Forças Armadas encontram apoio da população, que enxerga os soldados como mais honestos e competentes do que políticos e policiais comuns.
Assim, o treinamento dos soldados tem se adaptado à nova demanda. Isso traz alguns problemas. O primeiro, é que há um desperdício de recursos, já que o treinamento das Forças Armadas é mais caro que o de policiais comuns. A The Economist também enfoca outro risco: o uso continuado das tropas pode reduzir ainda mais a confiança nas autoridades civis, com impacto negativo sobre a democracia.
Mas para reverter essa tendência o Brasil terá trabalhar. Primeiro, as forças policiais comuns terão de ser reestruturadas. Uma outra ideia é dar mais recursos à Força Nacional.
Ao mesmo tempo, as Forças Armadas precisam ser redirecionadas para sua prioridade de defesa nacional. Isso também requer investimento em equipamentos e treinamento para que haja mais velocidade e flexibilidade no atendimento de alguma crise. O gasto precisará ser melhor orientado, na opinião da revista, para tornar os soldados mais especializados e sem deixar de lado projetos como a compra dos caças suecos.
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