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Donald Trump, em visita a museu em Jerusalém: cinco presidentes são mais impopulares que ele, de acordo com a revista Time. | MENAHEM KAHANA/AFP
Donald Trump, em visita a museu em Jerusalém: cinco presidentes são mais impopulares que ele, de acordo com a revista Time.| Foto: MENAHEM KAHANA/AFP

Um presidente em início de mandato está sendo acusado de uma série de crimes e enfrenta uma grave crise institucional em seu governo. O enredo pode ser aplicado a outros mandatários, mas, neste caso, estamos falando de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Ele, que tomou posse em janeiro, viu sua popularidade despencar desde que o The Washington Post revelou que ele havia dado de mão beijada informações sigilosas sobre o Estado Islâmico para a Rússia. A revista Time lembra que após o ciclo de más notícias – até o impeachment foi cogitado –, o índice de aprovação de Trump caiu para pouco menos de 40% e ele deixou o país para fazer uma viagem - atualmente está em Israel. Mas Trump não é o único presidente com problemas de popularidade.

A Time listou cinco presidentes que estão ainda mais impopulares que o comandante dos Estados Unidos. Adivinha só quem está na lista? Ele mesmo, o presidente Michel Temer (PMDB), que enfrenta grave crise política após a divulgação das delações da JBS. Veja a lista completa elaborada pela Time:

Nicolas Maduro (Venezuela)

Lula Marques/Lula Marques/Agência PT

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, está na lista da Time por ser considerado o líder político “mais assustado do mundo”. Com aprovação abaixo dos 20%, ele enfrenta diariamente violentos protestos dos venezuelanos que se opõem ao governo, enquanto o país enfrenta uma grave crise em que faltam alimentos e remédios para grande parte da população. Na avaliação da Time, são vários os motivos para a derrocada do país – e também de Maduro. A principal está relacionada à economia. A Venezuela é quase totalmente dependente das receitas obtidas com a venda de petróleo, o que piora em momentos de baixa nos preços e se agrava mais ainda devido à má gestão financeira ao longo de muitos anos. Outro motivo é a tentativa de Maduro de esmagar qualquer dissidência ou oposição a seu governo, como a tentativa de abolir a Assembleia Nacional. Sem o carisma de Hugo Chávez, seu antecessor, Maduro enfrenta os protestos populares com uma combinação das forças de segurança do país, o que não traz nenhuma benesse a ele.

Michel Temer (Brasil)

EVARISTO SA/AFP

Se Michel Temer (PMDB) achou que poderia navegar por águas mais tranquilas após o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), ele se enganou, diz a Time. Em abril, seu governo já amargava um índice de aprovação de apenas um dígito. A economia apresentava uma tímida melhora, mas ainda não dava para dizer que o país estava saindo da recessão. Foi então que Temer acabou engolido por um escândalo político – recebeu um empresário investigado pela Polícia Federal tarde da noite, fora da agenda oficial, ouviu relatos sobre mesadas para ex-aliados que estão presos e até a compra de juízes e um procurador. Em meio a crise institucional, há grande incerteza sobre o destino das reformas trabalhista e da Previdência, que ajudariam a colocar a economia de volta aos trilhos, e sobre a permanência de Temer, que rechaça a possibilidade de renúncia, mas vê os pedidos de impeachment crescerem – inclusive com a chancela da OAB.

Jacob Zuma (África do Sul)

RAJESH JANTILAL/AFP

A aprovação do presidente sul-africano Jacob Zuma está permanentemente abaixo dos 20% e mais de 70% dos sul-africanos defendem sua renúncia. Parte disso tem relação com a economia do país, que sofre com a recessão global e desaceleração das commodities. Como lembra a Time, desde que assumiu a presidência em 2009, Zuma viu a moeda do país perder um terço de seu valor e a taxa de desemprego bater nos 27%. Além disso, ele possui quase 800 acusações de corrupção contra si. Como ele agiu? Zuma ‘se livrou’ de ministros respeitados e rivais políticos e agora prepara a ex-mulher para ser sua sucessora – seu mandato vai até 2019.

Najib Razak (Malásia)

MANDEL NGAN/AFP

A estratégia de Najib Razak para se manter no comando da Malásia é uma mistura de poder político e dinheiro – o que compensa a falta de popularidade. Quando o primeiro-ministro foi o presidente do país em 2009, criou um fundo de investimento de desenvolvimento econômico, o Malaysia Development Berhard. Só que mais de US$ 1 bilhão foi parar na conta pessoal de Razak, que tentou fazer com que isso parecesse um ‘presente’ da família real saudita. Por incrível que pareça, ele obteve apoio do procurador-geral da Malásia, que alegou que o dinheiro era uma doação legal e que a ‘maior parte’ foi devolvida. A sua aprovação despencou, mas ele continua no poder porque controla com firmeza o próprio partido, a United Malays National Organization (UMNO), passando por cima de opositores. Quanto aos adversários fora do partido, boa parte está presa. As acusações são, muitas vezes, politizadas.

Alexis Tsipras (Grécia)

ANGELOS TZORTZINIS/AFP

A popularidade do primeiro-ministro Alexis Tsipras cai constantemente à medida que ele aceita mais e mais medidas de austeridade. É fato que a economia grega já vinha mal antes de Tsipras assumir – o país perdeu 25% de seu PIB desde que a crise começou, em 2010. Mas a eleição que levou Tsipras ao poder, em 2014, ocorreu quando a economia grega estava encontrando um caminho . O primeiro-ministro venceu porque havia se curvado à Alemanha, que perdoaria a dívida da Grécia. Ele espera por isso até hoje. Além disso, durante a sua gestão houve um tumultuado mandato do ministro das finanças Yanis Varoufakis, cujo discurso diminuiu ainda mais eventuais concessões dos Estados Unidos, e ainda passou por um referendo para negociar um novo acordo com os credores estrangeiros. Apesar de a maior parte dos gregos ter votado contra a medida, Tsipras foi em frente e fechou o acordo de qualquer maneira. Para a Time, Tsipras é o “único político grego capaz de passar medidas de austeridade impopulares para um público esgotado e cansado, com um protesto público mínimo”.

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