O ministro da Cultura, Roberto Freire, entregou ao presidente Michel Temer seu pedido de afastamento do cargo nesta quinta-feira (18), após o pronunciamento do peemedebista em que garantiu que não renunciará da Presidência. O gesto marca o desembarque do Partido Popular Socialista (PPS) do governo Temer, conforme nota oficial assinada pelo presidente da sigla, Davi Zaia. Freire é presidente licenciado do PPS.
O PPS foi um dos principais apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff no ano passado e, até agora, dava sustentação a Temer no Congresso, apoiando o governo na aprovação de matérias importantes.
Curiosamente, o colega de partido Raul Jungmann, que é o titular do Ministério da Defesa, não entregará o cargo por enquanto, de acordo com o comunicado, “pela relevância de sua área de atuação de segurança do Estado brasileiro neste momento de crise e indefinições”.
Tanto Freire como Jungmann avaliam que o presidente não tem mais condição de governabilidade depois da denúncia de que ele foi gravado em uma conversa com o empresário Joesley Batista em que dá o próprio aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
O PPS tem uma bancada de nove deputados e um senador. Parlamentares da legenda já defenderam a renúncia de Temer na manhã desta quinta-feira (18).
PTN já saiu
Com uma bancada de 13 deputados, o PTN foi o primeiro partido da base aliada a anunciar oficialmente o rompimento com o governo Temer. Em carta assinada pela presidente nacional do partido, deputada Renata Abreu (SP), e pelo líder da legenda na Câmara, deputado Alexandre Baldy (GO), a sigla afirma que assumirá posição de “independência” em relação ao governo.
“O Podemos (novo nome do PTN) e sua bancada na Câmara dos Deputados anunciam a sua saída do bloco parlamentar composto pelo PP e PT do B, outros partidos da base aliada, assumindo posição de independência do governo federal”, afirmaram Renata e Baldy na carta. À reportagem, a presidente do PTN afirmou que o partido deverá entregar todos os cargos que possui atualmente no governo Temer. O principal é a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).