Não houve novidade alguma no anúncio oficial do adiamento da votação da reforma da Previdência para 2018. Novo mesmo nessa barafunda que virou o tema foi o comprometimento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que proclamou 19 de fevereiro como o dia, ou o início, da votação do assunto. E, de forma eloquente, afirmou que quando marcasse a data é que seria para valer. Para ganhar. Assegurou que vai juntar entre 320 a 330 deputados pró-reforma.
Nesse tom imperativo, Maia chamou para si toda a responsabilidade, levou para o seu colo essa missão. Marcou data, hora e local para o dia da vitória. Pode virar o “Senhor da Previdência”. Ou não! Colocou seu cacife na roda. Bancou alto. Ele, que irritou o mercado com suas oscilações – ora pessimista ora otimista nos seus diagnósticos – está no centro desse jogo.
Maia assegurou a aprovação da reforma na Câmara em fevereiro. Ponto! Qualquer outro resultado que não seja esse, desculpa nenhuma será aceita de sua parte. Vai ficar manchado como autor de uma promessa não cumprida. E que promessa! É de se pensar: de onde vem tanta convicção?!
O governo gastou o ano e os tubos – dinheiro nosso – para garantir essa aprovação, que não veio. E que ficou muito longe disso. Nas contas do governo – do ministro ainda não ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) – é que faltavam 50 votos.
Se o mais aliado dos aliados apresentou esse número, pode dobrar. O governo carece de perto de uma centena de votos para atingir os 308 necessários. Que cartola mágica é essa que Maia vai tirar, vamos lá, entre 50 a 100 votos em 65 dias, até o 19 de fevereiro? Com Natal, Ano Novo, recesso e Carnaval pela frente!
Ah, mas se Maia alcançar seu intento...Vai correr para a galera, como diz um bordão humorístico. Se é fato que a sociedade está aderindo aos argumentos da propaganda oficial de que privilégios serão cortados, Maia pode sonhar alto. Ou um degrau acima de sua reeleição para a Câmara em 2018. Senado? Governo do Rio? Vice-presidência da República (é coladíssimo no presidenciável Henrique Meirelles)? Ou Presidência mesmo? Aí é com o tempo. E com o 19 de fevereiro.
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