Sem surpresas, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito nesta sexta-feira (1º) presidente da Câmara pela terceira vez, desta vez para o biênio 2019-2020. Favorito na disputa, ele obteve 334 votos e levou a disputa sem a necessidade de segundo turno.
Ao longo de sua campanha pelo comando da Casa, Maia conseguiu atrair o apoio de 21 partidos de todos os espectros políticos, que reúne cerca de 400 deputados federais. Entre eles, o PSL, partido do presidente da República Jair Bolsonaro e maior bancada da Casa.
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Apesar de o regimento interno da Câmara proibir a reeleição do presidente em uma mesma legislatura, esse será o terceiro mandato consecutivo de Maia como presidente da Casa. Ele foi eleito pela primeira vez em 2016, para um mandato-tampão, após a cassação do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que comandava a Casa. Cunha perdeu o mandato e, logo em seguida, foi preso na Lava Jato. Em 2017, Maia venceu uma batalha jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF) para se candidatar novamente ao cargo. Ele alegou que o mandato-tampão não deveria impedi-lo de concorrer novamente.
Visivelmente emocionado, ele agradeceu o apoio dos colegas e lembrou seu pai, o ex-prefeito do Rio César Maia, ao falar da sua relação antiga com a Câmara.
Agora, caberá a Maia tocar a agenda econômica do governo Bolsonaro, à qual já se declarou favorável. A reforma da Previdência, por exemplo, deve ser enviada ao Congresso ainda em fevereiro e terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado, tarefa que não foi possível no governo de Michel Temer.
Discurso moderado e conciliador
Antes da votação e da proclamação do resultado, Rodrigo Maia adotou um tom moderado e conciliador em seu discurso no plenário da Casa. Em cerca de 10 minutos, afirmou ser a alternativa mais aberta ao diálogo e prometeu escutar ambos os lados, direita e esquerda. Maia reforçou a importância de reformas que permitam aos governos federal e regionais diminuir os gastos obrigatórios e, assim, retomar o poder de investimento.
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“A Câmara precisa de um presidente que tem experiência, equilíbrio e garanta o diálogo. Tenho o apoio de muitos, mas nada retira o (direito ao) diálogo com cada parlamentar. Todos os deputados são iguais, e todos merecem o respeito do presidente da Câmara”, afirmou.
Maia tem a simpatia do governo Bolsonaro por ser alinhado com as reformas, principalmente a da Previdência, e com o ajuste fiscal. Segundo Maia, se não fizer reformas, o país passará a ter dificuldades financeiras tão grandes quanto alguns estados. “As reformas não são simples, mas necessárias”.
A votação dos outros candidatos
Fábio Ramalho (MDB-MG), com 66 votos, foi o segundo colocado. A terceira posição foi de Marcelo Freixo (PSOL-RJ), escolhido por 50 deputados. JHC (PSB-AL) somou 30 votos, Marcel van Hattem (Novo-RS) teve 23 votos, Ricardo Barros (PP-PR) ficou com 4 votos e a última posição foi de General Peternelli (PSL-SP), com 2 votos.
Vices e secretários
Para o cargo de 1º vice-presidente, Marcos Pereira (PRB) foi eleito com 398 votos. A segunda vice-presidência foi disputada em segundo turno, e Luciano Bivar (PSL-PE), que obteve 198 votos. Charlles Evangelista (PSL-MG), que concorreu como candidato avulso, ficou com 184 votos.
O cargo da 1ª secretaria ficou com Soraya Santos, do MDB, (315 votos), que venceu Giacobo, do PR (183). Mario Heringer (PDT) será o 2º secretário, Fábio Faria (PSD) o 3º secretário e André Fufuca (PP) 4º secretário. Ficaram como suplentes da mesa: Rafael Motta (PSB), Assis Carvalho (PT), Geovania de Sá (PSDB), Isnaldo Bulhões Jr (MDB).
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