O governo de Michel Temer encerra o ano sem ter alcançado a meta que virou obsessão: aprovar a reforma da Previdência. Talvez o maior propósito desta gestão, depois de salvar o mandato do presidente nas duas acusações feitas pelo ex-procurador Rodrigo Janot. E o assunto não vai sair da agenda em 2018. A obsessão vai continuar. O tempo é curto e inimigo nesse caso.
Nas suas palavras, em discurso semana passada, Temer falou "em alto de bom som: vamos aprovar a reforma da Previdência". Seu agora ministro escalado para buscar os votos que faltam, Carlos Marun (Secretaria de Governo), foi na mesma linha e diz que em janeiro vai viajar o país atrás dos deputados que resistem a apoiar as mudanças previdenciárias.
Junta-se a dupla o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que marcou até data, 19 de fevereiro para votar o texto. Com a mesma segurança e convicção de Temer e Marun, Maia disse que quando ele escolhesse a data não há dúvida que a reforma vai passar na Câmara em dois turnos.
O ano é eleitoral e as dificuldades do governo tendem a aumentar. Nas contas da dupla Temer e Marun faltam em torno de 50 votos para se chegar aos necessários 308. Mas o número para dar tranquilidade vai de 320 a 330, para não ter surpresas na hora da votação.
Esta semana que começa e as nove outras semanas até 19 de fevereiro chegar serão de dedicação exclusiva do governo nessa hercúlea e nada fácil missão. O ministro Marun, que desgastou sua imagem apoiando Eduardo Cunha e depois com o apoio incondicional a manutenção de Temer no poder, sabe que não será fácil aprovar a Previdência. Ciente também desse desgaste até anunciou que vai abrir mão de tentar a reeleição para a Câmara.
Alto e forte, Marun ganhou de Temer o apelido de o "gigante da Secretaria de Governo". E completou: "com ele vamos chegar lá". Adjetivos, discursos e palavras.
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