Uma série de ataques contra prédios públicos e agentes da segurança pública vem sendo registrada em Santa Catarina desde quinta-feira (31). Até a tarde desta sexta-feira (1º), a Polícia Militar havia registrado ocorrências em 11 das 295 cidades do estado. O número de ataques não foi divulgado.
Os alvos mais comuns foram instalações do governo, principalmente prédios da Secretaria de Segurança Pública, como bases policiais. O ataque mais ousado do período ocorreu em Florianópolis, onde criminosos atiraram contra a guarita de segurança do centro administrativo do governo do estado.
A investida foi registrada à 0h10 desta sexta. No momento dos disparos, só havia um policial no local. Ele não se feriu. Uma base da Polícia Militar localizada na mesma área da cidade foi atacada minutos depois por dois homens. Eles deram cerca de dez tiros, depois fugiram de moto. Ninguém foi atingido.
Fora a capital catarinense, foram registrados ataques em São José, Palhoça, Navegantes, Camboriú, Joinville, Criciúma, Araranguá, Balneário Rincão, Balneário Arroio do Silva e Balneário Gaivota.
Além dos ataques contra instalações do governo desde quinta-feira, Santa Catarina registra uma onda de atentados contra agentes da segurança pública. Desde o fim de agosto, três policiais militares e um agente prisional foram assassinados no estado. A Polícia Civil investiga os casos. Até esta sexta, a corporação não os havia relacionado aos atentados urbanos.
Combate
Em nota divulgada nesta sexta, a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina informou que “as forças de segurança estão em prontidão e atuando no combate àqueles que buscam aviltar a tranquilidade da família catarinense por meio da violência desmedida”.
A pasta chama os ataques de “odiosos” e diz que eles “beiram o terrorismo”. “A resposta será à altura das agressões, no tempo adequado e nos parâmetros legais”, diz o texto.
O governo do estado, que assina a mesma nota, não diz quem está por trás dos ataques, nem a motivação, mas dá a entender que o levante seria uma resposta dos criminosos às ações de combate à criminalidade. Segundo o governo, até 31 de julho foram apreendidas 2.532 armas de fogo e efetuadas 17 mil prisões e apreensões no Estado.
No período, foram 5.150 ocorrências referentes ao tráfico de drogas, com apreensão de 45,1 toneladas de maconha, 9,7 toneladas de cocaína, 58 kg de crack e 75 mil unidades de drogas sintéticas.
O comando da Polícia Militar informou, em nota, que a corporação “intensificou operações de enfrentamento à criminalidade, principalmente relacionadas aos acontecimentos recentes, envolvendo membros e instalações dos órgãos de segurança pública”.
“Ataques a órgãos de segurança pública afrontam a sociedade catarinense, a ordem pública e a paz social, e isto não pode ser permitido”, diz o texto. A corporação informou que não divulgará detalhes das ações para “não prejudicar o andamento das operações”.
Facções
A série de ataques registrados em Santa Catarina nesta semana lembra ondas de violência que já atingiram o estado. Em 2012, entre os dias 12 e 18 de novembro, a Polícia Militar registrou 68 ataques em 17 cidades do Estado. No ano seguinte, entre 30 janeiro e 4 de março, foram registrados 114 atentados em 35 cidades.
Nos casos anteriores, os primeiros ataques foram contra instalações públicas e agentes da segurança pública. Depois miraram alvos como o transporte coletivo, interferindo no vaivém de milhares de catarinenses.
De acordo com a Polícia Civil, as ondas de violência dos anos anteriores foram determinadas por criminosos presos, a maioria deles ligada ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), facção criminosa que age nas prisões de Santa Catarina. As investigações apontaram que os ataques começaram após presos sofrerem violência na prisão.
Em anos anteriores, os ataques terminaram depois de o governo do estado pedir ajuda à Força Nacional de Segurança. A Justiça em Santa Catarina já condenou 80 pessoas pelos ataques de 2012 e 2013. A maioria eram criminosos ligados ao PGC.
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