Uma pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo ao instituto Paraná Pesquisas aponta que 67,9% dos brasileiros dizem acreditar que a segurança pública piorou em suas cidades nos últimos anos.
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A insatisfação ainda é maior entre jovens com idade entre 25 e 34 anos: 73% consideram que a segurança pública piorou nos últimos anos. É o caso da esteticista Angélica Armond, de 34 anos, que sofreu um assalto recente, ainda durante o dia, quando retornava para casa após um dia de trabalho. Assaltantes abriram a bolsa, levaram carteira com cartões, documentos e e mais R$ 180. “Acredito que a sensação de insegurança aumentou nos últimos anos. A gente não nota investimento na área”, destacou.
A região Nordeste é que mais sentiu piora (73,6% dos moradores dessa região disseram que a situação piorou). Em segundo lugar vem o Norte e o Centro-Oeste (71,3% cada), Sudeste (64,3%) e o Sul (64,1%).
Se por um lado a população está insatisfeita com a segurança pública, por outro, 60,5% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade da piora nessa política pública é de todas as esferas administrativas juntas (União, estados e municípios).
Gastos com a área sofreram redução
De acordo com dados do 11.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, União, estados e municípios gastaram, juntos, pouco mais de R$ 80 bilhões em 2016. A cifra representa uma redução de 2,6% em relação ao ano de 2015. Quando analisado de modo separado dos entes federados em segurança pública, o dado indica que o governo federal, sob a presidência de Michel Temer (PMDB), foi quem menos investiu – uma redução de 10,3%, a maior verificada desde que o Anuário começou a ser elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Para 23,3% dos entrevistados pelo Paraná Pesquisas, a responsabilidade na piora da segurança pública é do governador. Apenas 8,3% atribuem a má gestão na área ao presidente da República e 5,5% opinou que essa responsabilidade é do prefeito.
Embora se dediquem muitos recursos para a área da segurança pública, pouquíssimo é destinado a investimento. É o caso do Rio de Janeiro, que protagonizou em 2017 cenas de violência e elevado índice de mortes de policiais. O orçamento de Segurança Pública do Rio para o ano passado ficou 30% menor do que em 2016 (R$ 10,5 bilhões), segundo informações do Portal da Transparência. Boa parte dos recursos alojados na segurança é para os salários dos cerca de 60 mil agentes, aposentados e pensionistas. Situação que se repete em boa parte dos estados brasileiros.