Selfies, simples posts de textos nas redes e páginas de facebook só com fotos já são coisas do passado. A nova febre entre alguns políticos são as “lives”, transmissões ao vivo de suas atividades parlamentares nas mídias sociais. Foi o que se viu na votação da reforma da Previdência na comissão da Câmara.
O tempo inteiro vários deputados, em especial os que votam contra a mexer nesse impopular tema, usaram e abusaram desse expediente eletrônico. Algumas vezes o presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), advertiu seus pares e pediu que evitassem seus “ao vivo” enquanto outro colega estava com a palavra durante a discussão da matéria.
“Solicito que os deputados não façam essas transmissões enquanto o outro estiver falando. Atrapalha. Ou fale baixo, mas isso é impossível”, disse Marun.
O congestionamento de “lives” se deu no ápice da sessão, quando seria conhecido o resultado da votação do texto do relator. Todos de olho no painel eletrônico e, como um repórter ao vivo, estavam prestes a anunciar o desfecho da votação. Essas filmagens são feitas pelos assessores de imprensa dos parlamentares.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) usa uma pequena parafernália. Uma engenhoca com dois celulares faz transmissão simultânea para twitter e facebook do petista. Nas redes, os deputados anunciam para seus seguidores que em determinado horário entrarão ao vivo.
Interação
Na sessão sobre a reforma da Previdência, após divulgação do resultado da votação, apareceu uma novidade: parlamentares do mesmo espectro político interagiam um na transmissão do outro. A cena se deu entre Fontana e Alessandro Molon (Rede-RJ). Como numa emissora, os dois trocavam impressões sobre a votação. A rede de um transmitia a fala do outro. Um intercâmbio. Molon, além de facebook e twitter, faz uso também do instragram, outra ferramenta de divulgação do mandato.
No PSDB, por exemplo, as redes sociais são usadas por parlamentares mais novos. É o caso de Shéridan, de Roraima, que explora bem essas mídias. Na votação do impeachment de Dilma Rousseff, um ano atrás, não teve deputado, a favor e contra, que não aproveitou para transmitir ou gravar seu voto, e reproduzir depois nas redes.
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