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O Complexo Médico Penal (conjunto de prédios com telhado cinza) não tem cercas em todo seu entorno. Parte dos fundos é totalmente aberta. | Reprodução/Google Maps
O Complexo Médico Penal (conjunto de prédios com telhado cinza) não tem cercas em todo seu entorno. Parte dos fundos é totalmente aberta.| Foto: Reprodução/Google Maps

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no começo de abril, atraiu para os arredores da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, milhares de apoiadores do petista. O acampamento dos manifestantes que pedem a soltura do ex-presidente, no bairro Santa Cândida, fez com que a prefeitura de Curitiba entrasse na Justiça pedindo a transferência de Lula da sede da PF na cidade para outro lugar mais apropriado.

O motivo seriam os transtornos sofridos pelos moradores e os problemas de segurança por causadas possibilidades de confronto entre manifestantes pró e contra Lula. Embora o acampamento tenha sido removido para um terreno na mesma região da cidade, os manifestantes ainda comparecem durante o dia às imediações da PF.

A principal opção para que o ex-presidente seja transferido, entretanto, é uma penitenciária sem muros – que pode, inclusive, facilitar o acampamento dos manifestantes. O Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais – Região Metropolitana de Curitiba –, não tem separação para os terrenos vizinhos.

VEJA IMAGENS: Fotos do Complexo Médico Penal por fora e por dentro

“Há lugares em que existe uma espécie de cerca, mas a parte de trás é completamente aberta. É um problema sério”, diz Isabel Mendes, do Conselho da Comunidade de Curitiba.

Localizada na Região Metropolitana de Curitiba, a penitenciária já abriga presos da Lava Jato em suas dependências. Eles ficam na sexta galeria do presídio – ala em que o ex-presidente passaria a ocupar uma sala semelhante àquela em que já está preso na sede da PF em Curitiba. No espaço, cabem uma cama, uma mesa e uma cadeira.

“Ao mesmo tempo em que estaria próximo aos outros presos, ele ficaria isolado. O convívio com os demais poderia acontecer no banho de sol, mas ele pode ter horários especiais”, explica Mendes.

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Familiares dos presos reclamam de revista íntima vexatória

Além da falta de muros, outro problema diz respeito à revista dos visitantes que vão ao CMP. Familiares de presos reclamam que são submetidas à revista íntima mesmo que a prática seja vedada na legislação. Entre os visitantes que reclamaram da situação em uma carta à diretoria da penitenciária está, inclusive, a mulher de um dos presos da Lava Jato.

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Em depoimento ao Conselho da Comunidade, uma das visitantes expôs o sentimento de mães e mulheres que passam pelo procedimento para visitar seus familiares. “A revista íntima é uma prática que traumatiza e deixa marcas, o que demonstra claramente que aos parentes dos presos também está reservada uma parcela da punição”, disse, classificando a prática como uma “violência emocional”.

O motivo para a realização das revistas íntimas é a falta de scanners corporais para os visitantes.O governo do estado, responsável pelo Complexo Médico Penal, chegou a alugar os equipamentos para resolver o problema. Mas a sua instalação foi embargada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Colaborou Eriksson Denk , especial para a Gazeta do Povo

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Veja fotos do Complexo Médico Penal de Pinhais por fora e por dentro

  • Entrada do Complexo Médico Penal.
  • Uma das galerias do Complexo Médico Penal, com a cerca que a separa do ambiente externo.
  • Uma das galerias do Complexo Médico Penal de Pinhais.
  • Entrada com raio-X para vistoriar objetos de mão. Não há, contudo, scanner corporal para visitantes.
  • Ala interna do Complexo Médico Penal.
  • Chegada das refeições dos presos, servidas em marmitas.
  • Detalhe da marmita servida aos presos do Complexo Médico Penal.
  • Sala de aula dentro do Complexo Médico Penal.
  • Vista da biblioteca da penitenciária.
  • Na biblioteca, há livros sobre a Lava Jato e sobre Lula.

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