A presidência do Senado Federal, comandado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), exonerou 158 pessoas nesta terça-feira (26). Os cargos são comissionados, ou seja, de confiança. Boa parte dos demitidos era ligada ao grupo de senadores do MDB que foram derrotados e já não têm mais mandato, como José Sarney (AP), Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR).
As vagas não devem ser fechadas, mas sim preenchidas por indicações dos novos parlamentares que assumiram. As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União e assinadas pelo diretor executivo de gestão do Senado Federal, Marcio Tancredi. Entre os exonerados estão pessoas que ocupavam cargos de auxiliar, ajudante e assessor parlamentar.
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A maioria dos exonerados estava lotada na Diretoria-Geral, mas há cortes também no gabinete da Secretaria-Geral da Mesa, no Instituto Legislativo Brasileiro e colegiados como a Comissão Mista Permanente de Regulamentação e Consolidação da Legislação Federal.
Funcionários da presidência disseram apenas que foram informados na segunda-feira (25) que deveriam verificar nesta terça o Boletim Administrativo do Senado para checar se haviam sido exonerados. Estes funcionários disseram também que há expectativa de novas exonerações nesta quarta-feira (27) e daqui a dez dias.
No fim de fevereiro, Davi havia dito que servidores da Casa ligados ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a outros caciques do MDB, como o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, estão em “estágio probatório”. Bandeira chegou a ser afastado do cargo durante a eleição para presidente do Senado, mas acabou sendo readmitido logo depois.
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Um dos demitidos é a jornalista Elisangela Machado dos Santos de Freitas, que disputou uma vaga na Câmara dos Deputados como Elisa Robson (PRP-DF) no ano passado, e estava lotada no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP).
Elisangela é a administradora do perfil República de Curitiba, página simpática ao governo de Jair Bolsonaro, que recentemente patrocinou ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em fevereiro, a Folha de S. Paulo mostrou que segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Elisangela recebeu R$ 25 mil do fundo criado para financiar campanhas políticas e sua maior despesa, R$ 14,9 mil (59% do total), foi com o próprio marido, o engenheiro Ronaldo Robson de Freitas. A candidata obteve 11.638 votos (0,81% dos votos válidos).
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Na época, o engenheiro afirmou que os gastos “estão todos discriminados e apresentados à Justiça eleitoral bem detalhadamente”. Em seu perfil no Facebook, ela afirmou que o marido “gerenciou todo o trabalho que foi feito de comunicação nas redes sociais”.
“Ele administrou as informações, os posts patrocinados, a produção de pequenos vídeos e os poucos recursos financeiros que precisaram ser gerenciados (com gasto total de R$ 30 mil). Inclusive, nossa família de 5 pessoas está sem carro até o hoje porque decidimos dar prioridade financeira para a minha campanha na época”, publicou a candidata derrotada.
A reportagem não conseguiu contato com os citados. Procurado para saber o motivo da exoneração, o gabinete do senador Flávio Bolsonaro não se manifestou.
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