Metade da bancada de senadores do PSB, partido do ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, criticou a iniciativa do governo de privatizar a Eletrobras. A proposta recebeu o aval desse ministério. Três dos seis senadores da legenda – Lídice da Mata (BA), João Capiberibe (AP) e Antônio Carlos Valadares (SE) – divulgaram nota na qual repudiam a tentativa de vender a estatal e dizem que sua privatização aumentará “criminosamente” a vulnerabilidade do Brasil perante os interesses comerciais estrangeiros.
O pai do ministro e também senador do PSB, Fernando Bezerra Coelho, de Pernambuco, é um aliado do presidente Michel Temer. A divergência entre as alas do PSB anti e pró-governo Temer começaram desde o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Bezerra foi ministro da Integração Nacional do primeiro mandato de Dilma e é alvo da Lava Jato, com um inquérito no STF.
Na nota, os senadores “dissidentes” argumentam não ser verdadeiro comparar os processos de privatização da Vale e da Embraer com a da Eletrobras. “Vale e Embraer são empresas que disputam mercados. A Eletrobras é uma concessionária de serviços públicos essenciais, estratégica para o país. A Eletrobras tem 47 usinas hidroelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas, com capacidade de 47.000 MW, o que a faz provavelmente a maior geradora de energia elétrica do planeta. É uma empresa tão estratégica quanto a Petrobras”, dizem eles, na nota.
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Os três senadores socialistas afirmam também que o investimento do governo brasileiro na Eletrobras, desde sua criação em 1953, foi de R$ 400 bilhões. “Sua privatização, além de desmontar o modelo elétrico brasileiro, vai promover um encarecimento brutal das tarifas e tirar a competitividade brasileira em vários setores eletro intensivos.”
“A privatização da Eletrobras aumenta criminosamente nossa vulneranilidade perante interesses comerciais estrangeiros e contraria os princípios programáticos do Partido Socialista Brasileiro (PSB), renega a nossa história e merece o repúdio de todos os nossos dirigentes, parlamentares e militantes”, concluem.
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