Em mais uma prova de que os ‘outsiders’ vão fazer sucesso em 2018, pesquisa recente do Instituto Ipsos mostra o tamanho da popularidade de algumas personalidades que nunca se candidataram a cargo político. Juristas e artistas avaliados na sondagem receberam aprovação muito maior do que políticos tradicionais – o presidente Michel Temer, por exemplo, foi aprovado por apenas 3% dos 1,2 mil entrevistados entre os dias 1º e 13 de junho em 72 municípios do país.
No topo dessa lista, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela ações da Operação Lava Jato na primeira instância judicial, disparado a personalidade mais bem avaliada pelos brasileiros. Moro tem taxa de aprovação de 63% na sondagem.
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O segundo mais popular é o apresentador de tevê Luciano Huck, que nos últimos meses passou a ser cotado como possível candidato a presidente nas eleições de 2018 – ele nega. Huck é aprovado por 44% dos entrevistados. Na terceira e quarta colocações da pesquisa aparecem dois juristas: Joaquim Barbosa e Carmen Lúcia.
Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), é avalizado por 42% dos brasileiros, segundo a pesquisa. Em entrevistas recentes, ele admitiu interesse em se candidatar no ano que vem e disse que já iniciou conversas com alguns partidos políticos.
Já o índice de aprovação da atual líder do STF, Carmen Lúcia, ficou em 29% – um bom número considerando que a presidente do poder Judiciário é desconhecida por um terço dos brasileiros (31% não souberam opinar sobre a conduta dela). A jurista descarta enveredar pela política e já manifestou isso quando seu nome foi cotado para assumir a Presidência da República na esteira da crise política gerada pelas delações da JBS.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o publicitário e apresentador de televisão Roberto Justus e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, vêm em seguida, com taxas de aprovação de 22%, 19% e 13%, respectivamente. Destes, tanto Janot quanto Dallagnol são vistos como potenciais candidatos nas eleições de 2018. O atual procurador-geral deixa o cargo em setembro e, em teoria, estaria livre para concorrer nas urnas. Já o coordenador da Lava Jato, sempre que pode, evita tocar no assunto, o que é entendido como um desejo oculto de se candidatar.
Não basta usar toga
Nem todo jurista foi bem avaliado na pesquisa da Ipsos. Os ex-ministros do STF Gilmar Mendes, Nelson Jobim e Ayres Brito são aprovados por apenas 4%, 3% e 2%, nesta ordem. Pesam contra eles o mesmo mal de Carmen Lúcia: são desconhecidos da população. Segundo a sondagem, 55%, 51% e 38% afirmaram não ser capazes de avaliar as ações de Brito, Jobim e Mendes, respectivamente. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.
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