Newton Ishii, o agente da Polícia Federal que ficou famoso por aparecer conduzindo investigados na Lava Jato para a cadeia, “pendurou as chuteiras”. Ou melhor, a arma e as algemas. A aposentadoria do policial, que ficou conhecido nacionalmente como “Japonês da Federal”, foi publicada na última quinta-feira (22) no Diário Oficial da União.
Sem estar ligado à corporação, Ishii vai poder contar as histórias que viveu nos mais de 40 anos de serviço – ele ingressou na PF em 1975. Ishii foi entrevistado pelo jornalista Luís Humberto Carrijo e em breve será lançado livro que conta os bastidores da Operação Lava Jato e da carceragem da PF em Curitiba.
Com o sucesso da Lava Jato, o japonês virou tema de marchinha e máscaras de carnaval em 2016. Ishii se tornou símbolo da Operação Lava Jato e a própria Polícia Federal teria visto no senhor japonês, de cabelos brancos e sempre de óculos escuros, uma poderosa marca. Mas, em 2016, um fato manchou a reputação de Ishii. Em junho daquele ano, ele foi preso em Curitiba por ter sido condenado pelos crimes de corrupção passiva e descaminho pela Justiça Federal.
A prisão decorreu de condenação por operação realizada em 2003 na deflagração da Operação Sucuri, que apurava um esquema formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando de produtos ilegais na fronteira com o Paraguai em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Em março de 2016, Ishii teve um recurso negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a sentença. Mas, condenado ao regime semiaberto, não ficou muito tempo na prisão.
A trajetória polêmica de Ishii não reduziu sua fama. O “Japonês da Federal” chegou a ser sondado para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Curitiba. Agora, livre da carreira policial, ele está livre para entrar na política – se for este o seu desejo.
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