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| Foto: Beto Barata/PR

O presidente Michel Temer mudou posicionamento oficial nesta quarta-feira (7) e disse que utilizou aeronave particular, em 2011, para deslocar sua família a Comandatuba, na Bahia. O avião pertencia a Joesley Batista, um dos delatores da JBS.

Em nota oficial, o peemedebista ressaltou, no entanto, que “não sabia a quem pertencia a aeronave” e que “não fez pagamento pelo serviço” de transporte.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista afirmou que o presidente e sua mulher, a primeira-dama Marcela Temer, viajaram em jato particular do executivo da JBS quando o peemedebista era vice-presidente.

Na terça-feira (6), no entanto, o Palácio do Planalto havia dito que, em 2011, o presidente viajou em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Bahia.

Perguntada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação Social afirmou não ter registro de “viagem do então vice-presidente Michel Temer em avião particular do empresário Joesley Batista”.

A PGR pretende oficializar os dados informados pelo empresário nos autos do processo para apurar se a viagem ocorreu e como a informação será utilizada no inquérito sobre o presidente.

O objetivo do empresário foi demonstrar que tinha uma relação de bastante proximidade com o presidente, diferentemente do que o peemedebista tem afirmado.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Temer reconheceu que conhecia o executivo antes da conversa que tiveram no Palácio do Jaburu, em março deste ano, mas disse que ele é um “falastrão”, “uma pessoa que se jacta de eventuais influências”.

No encontro no Palácio do Jaburu, o executivo gravou o presidente em diálogo no qual é tratada a solução de “pendências” com o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava Jato.

O peemedebista ouviu do empresário que ele havia “zerado as pendências” com Cunha, no que sugere a compra do silêncio do ex-deputado federal, segundo a PGR.

O conteúdo da gravação baseou parte do pedido de abertura de inquérito apresentado contra o presidente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que foi autorizado pelo relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.

O áudio é questionado pela defesa do peemedebista, para quem houve fraudes e cortes. A Polícia Federal realiza uma perícia para avaliar se houve modificações na gravação.

Leia a nota na íntegra.

“O então vice-presidente Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete. A família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte. O vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço.”

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