| Foto: MARCOS CORREA/PR

No dia seguinte à reportagem que revelou que o presidente Michel Temer deu aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, Temer disse ser vítima de “conspiração”, que está “firme” e que não vai renunciar.

CARREGANDO :)

Nesta quinta-feira, o peemedebista recebeu parlamentares do Acre pontualmente às 8h, seguindo a agenda oficial. Assim que tiver acesso às gravações com conversas com o empresário Joesley Batista, Temer prometeu ainda gravar um depoimento em cadeia nacional de rádio e televisão.

“O presidente disse várias vezes que isso é uma conspiração. Ele estava muito firme e lamentou muito toda a situação. Disse que está firme e que não vai renunciar, não vai cair”, declarou o senador Sérgio Petecão (PSD-AC).

Publicidade

Também estava na audiência, marcada há cerca de um mês, o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC). Os dois pediram que Temer ajude na liberação de verbas para obras e segurança pública no Acre. Segundo Petecão, não havia ministros com Temer na primeira reunião da agenda oficial nesta quinta-feira, que durou 45 minutos. Pelo menos 20 parlamentares constavam da agenda de Temer, em 18 audiências.

O próprio Temer teria puxado o assunto com os parlamentares do Acre. Segundo Petecão, o presidente não falou do senador Aécio Neves – que foi gravado pedindo dinheiro para o empresário Joesley Batista, dono da JBS, em delação. Michel Temer estaria com expressão “tranquila”.

“O presidente lamentou: disse que o país e as reformas estavam indo tão bem... Temer afirmou que já pediu esses supostos áudios e vídeos, e assim que conseguir, vai fazer um pronunciamento à rádio e TV nacionais”, contou Petecão, que prestou “solidariedade” a Temer, e até pediu desculpas pela reunião logo cedo, nesta quinta-feira. Ele também diz que pensou que o encontro seria desmarcado. “Eu até cortei meu cabelo ontem para essa audiência com Temer”, completou.

Pacto com o diabo

No julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado, dois dias antes do afastamento definitivo, Petecão perguntou que pacto com diabo ela havia feito para ser reeleita. “A senhora teria condições de dizer que pacto foi feito com o diabo para chegar à reeleição? Porque deu tudo errado. Não seria melhor ter feito um pacto com Deus?”, questionou o senador, ironizando uma frase de Dilma em 2013: “Podemos fazer o diabo na hora da eleição, mas, no exercício do mandato, temos que nos respeitar”.