A visita do presidente Michel Temer à sede do governo estadual de Roraima, nesta segunda-feira (12), enfrentou protesto.
Em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, um grupo de cerca de 60 manifestantes pediu a saída do emedebista e se manifestou contra a privatização da Eletrobrás.
O presidente, que participa de reunião sobre a situação dos refugiados venezuelanos, entrou pela entrada privativa, que fica nos fundos da sede do governo, e não passou pelo protesto.
A manifestação foi organizada por uma frente de entidades sindicais, como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sintauf (Sindicato dos Técnicos Administrativos da Universidade Federal de Roraima).
Além de cartazes com a inscrição "Fora Temer", um carro de som foi estacionado próximo ao palácio do governo e veicula críticas às reformas trabalhista e previdenciária. "Nós não vivemos em uma democracia, mas em um período de golpe contra os trabalhadores. Cada dia é um direito a menos", disse Antonia Pedrosa, secretária estadual de combate ao racismo da CUT e uma das organizadoras do protesto.
Além do presidente, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), também foi criticado na manifestação. No caso dele, contudo, foi colocada também uma faixa agradecendo pelas suas realizações como senador.
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Imigração
Temer decidiu ir pessoalmente para ver a situação de Roraima, que tem se agravado em razão do aumento da entrada de venezuelanos no Brasil, principalmente depois que a Colômbia decidiu, na semana passada, fechar sua fronteira com a Venezuela para impedir a entrada dos vizinhos. O presidente irá verificar que medidas poderão ser tomadas para ajudar na solução dos problemas criados por essa imigração em massa.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse no domingo (11) à Agência Estado, que a situação em Roraima é "dramática". Ele esteve em Boa Vista na quinta-feira (8), ao lado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Justiça, Torquato Jardim, para verificar a situação. "O quadro lá é muito sério", disse o ministro.
Segundo ele, a ideia do governo federal é ampliar "ainda mais fortemente" o aparato de apoio ao Estado, com mais ações de saúde, como levar mais suprimento para a população, além do reforço das fronteiras com soldados e Polícias Federal e Rodoviária Federal para ajudar no ordenamento da entrada dos venezuelanos, já que o Estado, sozinho, não tem condições de receber tantos imigrantes, atendê-los e abrigá-los.