“Registre o meu sorriso.” Assim reagiu o presidente Michel Temer (MDB) ao ser questionado nesta quinta-feira (3) se estava preocupado com o depoimento que sua filha Maristela Temer prestará a PF (Polícia Federal) sobre obras de reformas em sua casa.
A afirmação foi feita em uma viagem que durou cerca de uma hora a Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde participou da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação).
Temer chegou ao local por volta das 9h50, visitou estandes e ligou uma das máquinas expostas aos produtores rurais.
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No local, fez rápido pronunciamento sobre o momento do agronegócio e perspectivas para a economia e se despediu.
Ao ser questionado sobre o depoimento de Maristela, voltou ao microfone e, de forma irônica, disse “registre o meu sorriso” e saiu do local.
Após deixar Ribeirão, o emedebista viajará para Barretos (a 423 km de São Paulo), para participar da inauguração do hospital Notre Dame, mantido pela fundação que administra o Hospital de Câncer de Barretos, referência do setor no país.
Uma das alas receberá o nome do presidente.
Conforme publicou a Folha de S.Paulo, uma das principais suspeitas de investigadores da Polícia Federal é de que o presidente tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.
Até agora, a investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Fillho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014.
Neste mesmo ano, quando Temer foi reeleito vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de familiares do emedebista, da filha Maristela Temer e da sogra, Norma Tedeschi.
Um dos fornecedores da reforma de Maristela afirmou ter recebido em dinheiro vivo pagamentos pelos produtos, todos das mãos de Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima.
A origem do dinheiro das obras são, para investigadores, a JBS e uma empresa contratada pela Engevix.
No dia da publicação da reportagem da Folha de S.Paulo, Temer fez um pronunciamento em que disse ser vítima de perseguição criminosa disfarçada de investigação.
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