O presidente Michel Temer buscou sua equipe de comunicação na manhã desta terça-feira (27) para junto com o time de advogados que o representa na defesa da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, formular sua estratégia. A agenda do presidente desta terça-feira foi fechada, mas a equipe próxima a Temer passou a manhã na residência oficial do presidente, definindo como será a atuação. Ele fará um pronunciamento às 14h30.
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Como a denúncia de Janot foi apresentada já no início da noite de segunda-feira, ficou para hoje a reunião estratégica. Deve haver uma atuação importante da comunicação do Presidente, com a participação do marqueteiro do PMDB, Elsinho Mouco, na reunião de hoje. Somente mais tarde serão iniciadas as comunicações oficiais e atuação em redes sociais.
No Palácio do Planalto, está mantida a percepção de que Temer não vai ceder, pedindo renúncia ou abrindo caminho e apoiando eleições diretas ou antecipadas. Nem passa na porta do Palácio do Planalto essa possibilidade, avaliam assessores do governo.
A defesa de uma renúncia de Temer foi defendida pelos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, ontem e hoje, em artigo e entrevista. Para auxiliares de Temer, nada mudou desde as últimas semanas, quando se vivia a expectativa da apresentação da denúncia contra Temer pela PGR: a defesa de uma eleição direta antecipada continua sendo algo defendido apenas por Lula, que seria o maior beneficiário deste movimento. Já a defesa de FHC por diretas teria sido criticada até mesmo dentro do próprio PSDB, com alas do partido, ligadas ao governo, criticando a ideia defendida pelo ex-presidente tucano.
O governo tentará seguir com a pauta de eventos e votações na Câmara. Amanhã está prevista a votação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Na quinta-feira, o governo deve lançar o programa de investimentos “Avançar”, o PAC de Temer.