O presidente Michel Temer (PMDB) foi submetido a um procedimento médico nesta quarta-feira (25) chamado “sondagem vesical de alívio por vídeo” no Hospital do Exército de Brasília, onde foi internado com sintomas de uma obstrução urológica. Está em repouso, passa bem e deverá ter alta ainda hoje, por volta das 18 horas.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. O procedimento é empregado em situações em que o canal da uretra está fechado, o que impede o paciente de urinar e provoca dor. Uma sonda foi introduzida na uretra do presidente para que a bexiga fosse esvaziada. Ele precisou ser anestesiado.
Temer foi hospitalizado por volta das 13 horas desta quarta, após sentir uma indisposição no fim da manhã. Em breve nota, a assessoria da Presidência disse que ele “foi consultado no próprio departamento médico do Palácio do Planalto”.
“O médico de plantão constatou uma obstrução urológica e recomendou que fosse avaliado no Hospital do Exército, onde se encontra para realização de exame e devido tratamento”, informou. Ele tem 77 anos e é o mais velho presidente da história do país.
O problema médico acontece no mesmo dia em que o plenário da Câmara dos Deputados vota o parecer da denúncia criminal contra ele por obstrução da Justiça e organização criminosa (acompanhe ao vivo).
Inicialmente imaginou-se que o problema de Temer poderia ser no coração. Há duas semanas, o peemedebista foi diagnosticado com uma obstrução parcial numa artéria coronária. Na ocasião, a equipe médica decidiu que não seria preciso nenhuma intervenção e que ele passaria por tratamento medicamentoso e dieta.
Segundo assessores do Planalto, o médico de Temer, Roberto Kalil, baseado em São Paulo, já foi avisado do problema. Ele estaria avaliando se voa para a capital para acompanhar o presidente ou se o peemedebista deve ser transferido.
A primeira-dama Marcela Temer ficou sabendo que o presidente havia passado mal pela imprensa. Segundo fontes do Planalto, ela ficou nervosa até conseguir mais informações, permaneceu no Palácio do Jaburu sendo informada do estado de saúde dele por assessores e, pouco depois, chegou ao Hospital do Exército.
Notas oficiais
Por volta das 15 horas, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota sobre o caso. Acompanhe:
“O Presidente Michel Temer teve um desconforto no fim da manhã de hoje e foi consultado no próprio departamento médico do Palácio do Planalto. O médico de plantão constatou uma obstrução urológica e recomendou que fosse avaliado no Hospital do Exército, onde se encontra para realização de exame e devido tratamento. “
Por volta das 16h20, a assessoria soltou uma nova nota:
“Na tarde de hoje, o Presidente da República foi submetido a uma sondagem vesical de alívio por vídeo. O Presidente está em repouso, passa bem e deverá ter alta ainda hoje. O Presidente Michel Temer teve um desconforto no fim da manhã e foi consultado no próprio departamento médico do Palácio do Planalto. O médico de plantão constatou uma obstrução urológica e recomendou que fosse avaliado no Hospital do Exército.”
Causa da doença pode ser o crescimento da próstata
A obstrução urinária, problema de saúde que Temer apresentou nesta quarta, geralmente decorre por um crescimento da próstata, segundo especialistas em urologia consultados pela Folha de S. Paulo.
A incidência da hiperplasia prostática benigna, o crescimento da próstata, é de 50% para homens com mais de 50 anos e chega a 90% aos 80 anos – Temer tem 77. É menos comum que esse crescimento seja devido a um câncer. A próstata em um tamanho maior comprime a uretra, canal peniano, e pode levar o paciente a não conseguir urinar.
Segundo o Planalto, o presidente passou por uma “sondagem vesical de alívio por vídeo”. Ou seja, foi inserida uma sonda na uretra dele para que a bexiga fosse esvaziada. “Depois disso, pode-se fazer os exames, ver o tamanho da próstata e planejar o tipo de tratamento que será feito”, afirma Flavio Trigo, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em São Paulo.
Se o problema for mesmo benigno, pode ocorrer uma raspagem da próstata, tratamento que pode ser feito inclusive por laser. No caso de um tumor maligno, é necessário retirar a glândula e tratar a doença.
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