A defesa do presidente Michel Temer desistiu nesta segunda-feira (22) de dar andamento ao pedido de suspensão do inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado (20), os advogados tinham entrado no STF com um pedido para paralisar o inquérito aberto até que fosse realizada perícia nos áudios que comprometem o presidente.
Nesta segunda, a defesa comunicou pessoalmente o relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, da desistência do pedido. Segundo o advogado Gustavo Guedes, Temer quer ver o caso elucidado e concluído o mais rápido possível. “O presidente quer dar essa resposta ao país o mais rapidamente possível e que, portanto, isso se encerre o mais rapidamente possível. Isso que a gente quer”, declarou o advogado ao deixar o gabinete de Fachin.
Guedes avalia que o áudio não poderia ser usado nas investigações, diante das aparentes modificações feitas pelo delator – o dono da JBS, Joesley Batista. “O importante é que, em relação ao presidente, a prova que há é o áudio, não há nada mais, e esse áudio, segundo as perícias, é, na nossa avaliação, imprestável”, declarou o advogado.
De acordo com Guedes, a mudança na estratégia ocorreu depois que Fachin determinou que a Polícia Federal realizasse a perícia no áudio. O advogado também informou que a defesa de Temer contratou uma perícia particular que constatou 70 “pontos de obscuridade” no áudio.
“Houve dois jornais que registraram falhas. Depois veio a TV Globo e disse que não havia irregularidade. Havia essa dúvida. A defesa do presidente contratou uma perícia no final de semana, que verificou que não havia 50, nem 14, e sim 70 pontos de obscuridade no material. Nós fizemos agora um pedido (ao STF) dizendo o seguinte: já que nós temos agora o resultado de um trabalho que a gente confia, nós queremos agora que esse inquérito se ultime o mais rapidamente possível”, declarou.
Guedes disse que a perícia particular foi incluída no inquérito. Ele poderá servir como prova. Ainda assim, a PF ainda vai realizar a perícia oficial. Agora, caberá a Fachin decidir se coloca em votação no plenário a suspensão do inquérito. A tendência é que isso não aconteça mais, diante da desistência da defesa.
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