As fortes chuvas que atingiram a cidade de São Paulo e o Grande ABC na noite de domingo (10) e na madrugada desta segunda-feira (11) causaram mortes e caos. O Corpo de Bombeiros confirmou pelo menos 12 mortos em função de deslizamentos de terra e afogamentos ocorridos por causa de alagamentos.
Segundo a Defesa Civil do Estado, somente em Ribeirão Pires, na região metropolitana, foram registrados quatro óbitos e dois feridos no desabamento de uma casa após deslizamento de terra. Na Avenida do Estado, no limite entre São Paulo e São Caetano do Sul, quatro pessoas foram arrastadas pela enxurrada e morreram por afogamento, de acordo com a Defesa Civil. São três em São Caetano e uma em São Paulo. Na capital, houve ainda outra morte por afogamento.
Em São Bernardo do Campo, um motociclista morreu afogado. Foram registrados na cidade muitos alagamentos e quedas de árvores. Santo André também teve uma morte por afogamento e muitos alagamentos. Um deslizamento em Embu das Artes teve três vítimas socorridas – uma delas, uma criança, morreu no hospital.
Na capital paulista, 12 pessoas foram resgatadas – sendo quatro mulheres e oito crianças, segundo o Corpo de Bombeiros. Com o transbordamento do Rio Tamanduateí, a situação na região do Ipiranga, na zona sul da capital, é a mais crítica e a área segue em estado de alerta desde 20h40 do domingo. As Marginais do Pinheiros e do Tietê estão travadas em diversos pontos e os motoristas saem dos veículos enquanto aguardam o trânsito desafogar.
Ipiranga tem situação crítica
Além da região metropolitana, a situação mais crítica se deu também no Ipiranga, bairro da zona sul da capital. Desde as 20h deste domingo o bairro está em estado de alerta, que foi mantido na manhã desta segunda. O Córrego do Ipiranga, o Rio Ribeirão dos Meninos e o Rio Tamanduateí transbordaram.
Em São Paulo, no Parque São Rafael, divisa com o Grande ABC Paulista, um deslizamento de terra deixou uma mãe e duas crianças feridas. Uma das menores está em estado grave e recebeu atendimento em um PS em Sapopemba, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Somente na capital, entre meia-noite e 10h20, os bombeiros receberam 78 acionamentos de quedas de árvore, 76 chamados sobre desmoronamentos e desabamentos e 698 ocorrências de enchentes e alagamentos.
A prefeitura de São Paulo convocou às pressas uma coletiva de imprensa sem a participação do prefeito Bruno Covas (PSDB), de licença por motivos pessoais. No lugar dele, como prefeito em exercício, está o vereador e presidente da Câmara Municipal Eduardo Tuma.
Rodízio e zona azul suspensos
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio e a zona azul em toda a capital em razão do temporal. A Companhia do Metropolitano (Metrô) informou que todas as linhas de metrô funcionam normalmente.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), por volta das 9h se acumulavam na capital paulista 27 pontos de alagamento, sendo 15 transitáveis e 12 intransitáveis.
Ações preventivas não impediriam o caos, diz prefeito em exercício
O prefeito em exercício de São Paulo, o vereador Eduardo Tuma (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (11) que o caos gerado pela chuva era imprevisível e que ações preventivas não impediriam a situação. “Absolutamente imprevisível, extraordinário. Não havia qualquer ação preventiva que pudesse corrigir o que aconteceu hoje”, disse Tuma. O prefeito Bruno Covas (PSDB) está afastado da cidade nesta semana, em licença para tratar de assuntos pessoais.
De acordo com o coronel José Roberto, secretário da Segurança Urbana, a chuva foi a segunda maior em volume médio. “A maior foi em 2006. Então essa é a segunda maior”, disse. O secretário afirmou que a média esperada para o mês é de 177,4 mm de chuva. “Nós já tivemos, até o dia 11, 160mm – quase 90% do esperado para o mês foi feito até ontem. Sem falar também das cidades vizinhas.”
Roberto afirmou que o grande volume de chuva na região do ABC afetou a capital. “Lá em São Bernardo, São Caetano, Santo André foram mais de 130, 160 mm cúbicos de chuva. Inclusive o piscinão não foi suficiente para extravasar esta quantidade de chuvas que acabou extravasando e causando todos esse problemas”.
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