| Foto: Divulgação/PSDB

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) comentou a polêmica sobre a indicação de seu nome para relatar a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Ele disse à Gazeta do Povo que não irá renunciar à relatoria e que tem competência, independência e experiência para assumir essa missão.

CARREGANDO :)

“Sou deputado há mais de 50 anos, conheço direito constitucional e é meu direito, como membro da CCJ, ser indicado e do presidente Rodrigo Pacheco me nomear. Fui nomeado e não vou renunciar”, disse Andrada.

Na segunda-feira (2), segundo Andrada, haverá uma reunião entre Pacheco e o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), para tratarem do assunto e definirem se o tucano continua ou não na relatoria do caso. “Sou integrante da comissão, mas indicado pelo meu partido. Se entenderem, por alguma razão, que devem me tirar, vou compreender. Mas por minha decisão não saio”.

Publicidade

Questionado pela Gazeta sobre suas posições críticas em relação a decisões do Supremo Tribunal Federal envolvendo parlamentares, como a prisão do colega Celso Jacob (PMDB-RJ), o relator disse que há uma “intromissão” do tribunal em questões da Câmara e do Senado. E lamentou o fim da imunidade parlamentar.

“Acho que há uma intromissão do Supremo. E a culpa é do Congresso, que acabou com a imunidade. Mas contra o meu voto. E isso abriu as portas para o Supremo entrar lá dentro. A imunidade foi mutilada e deu nisso”, disse Andrada.

Criticado por sua proximidade com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e com o próprio Temer (ele votou pelo arquivamento da primeira denúncia, por corrupção passiva), Andrada negou que isso influencie em seu parecer. “Não tenho alinhamento algum com o Aécio. Estou na política há décadas antes dele. Atuei na política, sim, com o avô dele (Tancredo Neves). Em relação ao presidente Temer nos conhecemos aqui da Câmara. Foi duas vezes presidente. Foram mais de dez anos de relação. Agora, vou analisar o caso com base nas provas. Com isenção. E tem essa coisa nova, de organização criminosa. Algo que é do Código Penal e estão misturando na política”, afirmou.