Ao menos 21 pessoas morreram na tarde desta terça-feira (10) durante uma tentativa de fuga do Centro Penitenciário de Recuperação do Pará, no Complexo de Santa Izabel do Pará, na região metropolitana de Belém. Ao todo, foram mortos um agente prisional, 15 presos e cinco criminosos que tentaram organizar a fuga dos detentos. Outros quatro agentes ficaram feridos, de acordo com a Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará).
Segundo o órgão, a ação foi realizada de maneira coordenada. Um grupo de presos iniciou um motim dentro do presídio, enquanto criminosos do lado de fora tentavam uma invasão para fazer o resgate de detentos do complexo, que fica às margens da rodovia BR-316.
Seis agentes prisionais foram feitos reféns, o que resultou em um confronto entre os criminosos e policiais que faziam a segurança interna do presídio.
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Informações preliminares da Segup (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social), durante a tentativa de fuga a investida externa utilizou explosivos contra um dos muros do pavilhão C do presídio.
A identidade do agente prisional morto durante a troca de tiros não foi informada. Outros quatro agentes de segurança ficaram feridos, sendo que um está em estado grave e recebe atendimento em hospital da região metropolitana de Belém.
“A unidade passa pelo rescaldo, um processo de busca por armas e contagem da população carcerária”, disse o coronel André Cunha, secretário-adjunto de gestão operacional da Segup. “Estamos fazendo buscas na área externa porque acreditamos que ainda há criminosos do grupo externo escondidos.”
“Ainda não podemos dizer se houve alguma fuga. Caso tenha ocorrido, foi em número menor que o planejado por eles”, acrescentou ele na noite desta terça-feira.
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Sobre a possibilidade de alguma facção criminosa ter organizado a ação no presídio, ele disse ser cedo para dizer. “Não temos como fazer conexão. É cedo. Não é a primeira tentativa de fuga nessa unidade, nem a primeira vez com ajuda externa nos últimos anos. Com o uso de explosivos, é a primeira vez que temos na unidade”
Já em relação aos assassinatos registrados entre a tarde e a noite de segunda (9) na Grande Belém, Cunha afirmou não haver indícios que relacionem os crimes. “Absolutamente nenhuma conexão entre o que aconteceu hoje e os homicídios de ontem na cidade”, disse.
Mais assassinatos
Este início de semana na Grande Belém tem sido marcado pela violência. Ao todo, foram registrados doze assassinatos em um intervalo de cinco horas nesta segunda-feira na região metropolitana. Exceto por uma mulher, as vítimas são homens na faixa de 18 a 30 anos.
As mortes ocorrem na sequência de dois assassinatos de policiais militares, um pela manhã da segunda e outro, na noite de domingo. Ambos estavam de folga.
Com as mortes, segundo a secretaria, sobe para 16 o número de policiais assassinados em Belém e na região metropolitana desde o início do ano. Três já estavam na reserva. O governo não informou quantos dos 13 mortos na ativa estavam ou não em serviço.
Massacre em presídios
No início de 2017, o país viveu uma matança em diferentes presídios. À época, massacres e confrontos em série mataram ao menos 126 detentos em prisões de Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte.
Um ano depois, as realidades nesses estados seguiam longe de resolver seus principais problemas carcerários, como sistemas penitenciários superlotados, facções criminosas, infraestrutura precária, fugas e mortes.
Nem o alardeado grupo de trabalho anunciado pela ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, como ação emergencial após a matança de 2017 mudou o quadro dos presídios no país.
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