Um vereador do Rio de Janeiro e um ex-policial militar são apontados por uma testemunha como os mandantes da morte de Marielle Franco (PSOL). Segundo a reportagem do jornal O Globo, o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo – ex-policial militar preso acusado de chefiar uma milícia – foram apontados como responsáveis pelo planejamento do crime. Além da vereadora, o motorista Anderson Gomes também foi morto numa rua do bairro do Estácio, na zona norte do Rio, no dia 14 de março. O carro foi atingido quando Marielle voltava para casa.
As informações foram dadas por um homem que trabalhou para um grupo paramilitar do Rio, segundo o jornal carioca. Ele teria procurado os policiais para contar o que sabia em troca de proteção. Siciliano tem como reduto eleitoral o bairro de Vargem Grande, região dominada por milícias, que cobram de comerciantes e moradores por serviços nas comunidades. De acordo com a reportagem, o homem que revelou o esquema trabalhou como segurança do ex-policial militar.
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Nos seus depoimentos à polícia, ele contou com detalhes o planejamento do assassinato da vereadora do Rio. Marielle era conhecida por denunciar abusos de policiais e milicianos no estado. Segundo O Globo, a testemunha contou que o crime começou a ser planejado em junho do ano passado. Disse que presenciou pelo menos quatro conversas entre o político e o ex-policial. Também informou nomes de quatro homens escolhidos pela dupla para cometer o crime.
De acordo com a reportagem, pelo menos dois homens foram mortos depois do assassinato de Marielle Franco, como queima de arquivo. Milicianos teriam assassinado Carlos Alexandre Pereira Maria, 37 anos, o Alexandre Cabeça, e Anderson Claudio da Silva, 48 anos, segundo o jornal.
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O corpo de Alexandre Cabeça foi encontrado no dia 8 de abril, mais de três semanas depois do assassinato de Marielle, dentro de um carro, por policiais militares do 18º BPM (Jacarepaguá). Já o policial reformado Anderson Claudio da Silva foi morto com vários tiros, inclusive de fuzil, ao entrar em seu carro, na Praça Miguel Osório, no Recreio dos Bandeirantes. Anderson dirigia uma BMW blindada. Ele se aposentou como subtenente em 2015, após ser baleado em operação no Complexo do Chapadão.
Um dos carros envolvidos na ação foi visto circulando antes do crime próximo ao campo de futebol na comunidade da Merk, controlada pelo ex-policial militar.
Investigação e intervenção
A morte de Marielle ocorreu em meio à intervenção federal na segurança pública do estado. Na prática, com isso, a investigação está sob a responsabilidade do governo Michel Temer (MDB), que decretou em fevereiro a intervenção e escalou um general do Exército para o comando da inédita medida. Polícia Militar e Polícia Civil respondem diretamente aos interventores.
Desde o início, a principal linha de investigação é a de motivação política. Diferentes vereadores prestaram depoimento na condição de testemunha, entre eles, um indiciado na CPI das Milícias, concluída em 2008, na qual Marielle Franco trabalhou.
A assessora de Marielle, que estava no carro no momento do ataque, saiu do país com o marido por medo de represálias. Ela teve apenas ferimentos leves em decorrência do ataque e teve o nome preservado por questão de segurança.
Marielle, do PSOL, tinha como causa o avanço dos direitos das mulheres, principalmente negras. Com frequência denunciava abusos cometidos por policiais em favelas.
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