Além de dois militares do Exército, um soldado da Aeronáutica foi preso na operação da Polícia Civil de combate aos milicianos no Rio.
Na madrugada de sábado (7), 149 pessoas suspeitas de participarem do maior grupo de milicianos do estado foram presas durante uma festa em um sítio em Santa Cruz, zona oeste do Rio. Um bombeiro também estava no grupo.
Os nomes dos militares presos não foram divulgados. Os dois integrantes do Exército também eram soldados.
Os presos pertenciam ao grupo chamado Liga da Justiça, organização que conta também com policiais e ex-policiais.
Desde fevereiro, o general Braga Netto, do Exército, comanda a Segurança Pública no Rio.
Na operação de sábado, nenhum policial foi capturado. Em número de detidos, a ação foi a maior já realizada no Rio contra milicianos.
A organização criminosa atua na zona oeste do Rio e em municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde. Quatro pessoas foram mortas durante a operação, que contou com 40 policiais do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Divisão de Homicídios e das Delegacias da região).
Após os agentes cercarem o sítio, um tiroteio intenso de cerca de meia hora foi travado. Granadas foram lançadas contra os policiais.
Na confusão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, chefe da milícia, conseguiu fugir. Os mortos eram seguranças do líder da organização.
Além dos detidos, a Polícia Civil apreendeu dez carros roubados, 13 fuzis, 15 pistolas e quatro revólveres.
O sítio em Santa Cruz era usado como “quartel da milícia”, segundo os investigadores. A festa reuniu cerca de 400 pessoas, que passaram por uma triagem dos policias antes de serem liberadas.
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Os milicianos disputam áreas e mantêm moradores sujeitos a leis próprias em troca de alegada segurança. O domínio do território virou atividade lucrativa — com taxa de proteção contra crimes, venda de botijão de gás, sinal clandestino de TV a cabo e transporte alternativo.
De acordo com policiais, os milicianos da Liga da Justiça se associam aos traficantes de várias localidades da zona oeste e dos municípios vizinhos.
Lá, eles permitiam a venda de drogas e o roubo de cargas na região mediante o pagamento de uma porcentagem do faturamento.
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