Até agora com amplos poderes na transição do governo, o ministro extraordinário Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, terá seu espaço de ação reduzido quando a gestão Jair Bolsonaro se instalar de fato. Com outras nomeações feitas pelo presidente eleito, como a do general Santos Cruz para a Secretaria de Governo, Onyx deverá dividir com o militar a atribuição de articulação com o Congresso. Mas o comandante da Casa Civil nega divergências nas funções e, em entrevista à Gazeta do Povo, afirmou que a relação com o general está “maravilhosa” e que será sim a ponta com deputados e senadores.
LEIA MAIS: Entrevista exclusiva com o futuro ministro do Turismo
Onyx atribui as informações de divergências na distribuição das tarefas dos ministérios palacianos à "turma do terceiro turno”, ou seja, à oposição que perdeu as eleições e não está conformada. O ministro foi perguntado em especial sobre a relação com Santos Cruz. O próprio Bolsonaro disse que o oficial atuará também no contato com parlamentares.
“Não há problema nenhum”
“A relação está maravilhosa. Não tem problema nenhum. É a turma do terceiro turno que não quer que a gente dê certo. Mas temos humildade e tudo vai dar certo”, disse Onyx, no final da tarde de quarta-feira (28), após uma reunião com a bancada do MDB na Câmara.
O ministro explicou qual será a atribuição de cada setor ligado ao presidente no Planalto e disse que a Secretaria de Governo, do general, vai cuidar tão somente do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que cuida de concessões e privatizações. Ele falou também qual será o papel do advogado Gustavo Bebianno, que assumirá a Secretaria-Geral da Presidência.
PODCAST: Os militares do governo Bolsonaro vão enquadrar os políticos?
"O que ficou definido: a Casa Civil fica com o que ela tem hoje, que é a assessoria jurídica, acompanha os programas de governo e cuida da articulação política.”
A Secretaria de Governo ficou com o PPI e os assuntos federativos, o trabalho com estados e municípios. E a Secretaria-Geral com toda modernização do Estado, de acordo com o ministro.
Cinco deputados na Esplanada
O novo governo escolheu, até agora, cinco deputados para ocuparem importantes ministérios na Esplanada. Onyx esteve nesta quarta com a bancada do MDB e, com a indicação de Osmar Terra (MDB-RS) para o Ministério da Cidadania, pediu apoio da bancada nas votações na Câmara, em especial a reforma da Previdência. O ministro falou dos anúncios dos nomes de Terra e de Marcelo Álvaro Antônio para o Turismo.
“O Marcelo Alvaro é deputado mais votado de Minas Gerais, é apoiado pela bancada mineira, o que é importantíssimo, e recebe o suporte de todo trade turístico do Brasil. O Osmar Terra é um parlamentar experimentado, um médico com uma trajetória extraordinária, tanto que ganhou fama seu projeto da Primeira Infância Melhor.”
Sobre a relação geral entre o governo Bolsonaro com o Congresso, disse que “está indo muito bem”.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares