| Foto: Renato Araújo/Agência Brasil

A prisão de ex-parlamentares na Operação Lava Jato deixou de ser novidade há muito tempo. Até agora, oito ex-deputados ou ex-senadores já foram detidos ao longo das investigações da Polícia Federal (PF). O mais novo integrante da lista é o ex-deputado Cândido Vaccarezza, preso na sexta-feira (18), sob suspeita de receber cerca de US$ 500 mil para favorecer a contratação de uma empresa para fornecimento de asfalto à Petrobras.

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Vaccarezza foi líder do PT na Câmara dos Deputados entre 2010 e 2012 – durante os governos Lula e Dilma Rousseff. Em 2014, não conseguiu a reeleição e no ano passado deixou a legenda e se filiou ao PTdoB, seu partido atual, que trocou de nome recentemente para Avante. Vaccarezza teve a prisão temporária decretada pelo juiz federal Sergio Moro.

Recorde outros políticos presos na Lava Jato após perderem o mandato

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André Vargas

 

O ex-deputado federal pelo Paraná André Vargas (PT) foi preso na Operação Origem – 11.ª fase da Lava Jato – em abril de 2015. De lá para cá, o petista, que chegou a ser vice-presidente da Câmara, já soma duas condenações na Lava Jato em primeira instância. As penas somadas chegam a 18 anos e 10 meses de prisão.

Vargas foi cassado pelos colegas em dezembro de 2014 depois de enfrentar um processo no Conselho de Ética da Câmara. Ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar por ter viajado em um jatinho do doleiro Alberto Youssef – também preso na operação. Atualmente, Vargas está preso no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

Pedro Correa

 

O ex-deputado Pedro Correa (PP) também foi preso na Operação Origem. Ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 20 anos de prisão pelo seu envolvimento no esquema da Petrobras. O ex-parlamentar também está preso no CMP, em Pinhais, e negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo de colaboração premiada. Durante o tempo em que ficou preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, chegou a dizer que doou todo o dinheiro do esquema para os pobres e que se saísse candidato, seria eleito novamente.

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Luiz Argolo

 

O ex-deputado Luiz Argolo (SD) foi o terceiro ex-parlamentar preso no Operação Origem, em abril de 2015. Por ser mais jovem, foi apelidado de “Bebê Johnson” pelo doleiro Alberto Youssef, responsável por lavar dinheiro para políticos no esquema da Lava Jato. Argolo foi condenado por Moro a 11 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. Ele cumpre a pena no CMP, em Pinhais.

Delcídio do Amaral

 

Delcídio do Amaral (PT) foi o primeiro senador da história preso durante o exercício do mandato. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão depois que o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró gravou uma conversa onde Delcídio e seu assessor combinavam detalhes sobre a compra de silêncio do ex-diretor. O então advogado de Cerveró também foi preso na operação.

Delcídio teve a prisão mantida por decisão do plenário do Senado e também respondeu a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Ele foi cassado pelos colegas. Delcídio também acabou firmando acordo de colaboração premiada com a Lava Jato e atualmente é o único ex-parlamentar alvo de prisão que está solto.

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Gim Argello

 

O ex-senador Gim Argello (PTB) foi preso em abril do ano passado, na Operação Vitória de Pirro. Segundo os investigadores, Argello aproveitou da condição de vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras para impedir a convocação de executivos de empreiteiras envolvidas no esquema para depor. O ex-senador teria recebido propina em troca da blindagem. Ele foi condenado por Moro a 19 anos de prisão e está preso no CMP, em Pinhais.

Antonio Palocci

 

O ex-ministro Antonio Palocci também já ocupou o cargo de deputado federal. Ele foi preso em setembro do ano passado, na Operação Ormetá. Segundo a força-tarefa, ele foi um dos mentores do esquema da Petrobras. Palocci foi ministro nos governos Lula e Dilma. Em junho deste ano, ele foi condenado por Moro a 12 anos e dois meses de prisão. O ex-ministro negocia acordo de colaboração premiada para tentar deixar a prisão.

Eduardo Cunha

 
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) está preso desde outubro do ano passado. Ele foi cassado pelos colegas no mês anterior a sua prisão, acusado de quebra de decoro de parlamentar, por ter mentido aos colegas na CPI da Petrobras ao afirmar que não possuía contas no exterior. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Cunha controlava contas na Suíça.

O ex-parlamentar chegou a ser afastado da presidência da Câmara por ordem do STF. Ao ser cassado, as investigações envolvendo Cunha foram parar nas mãos de Moro, que já condenou o ex-deputado a 15 anos e quatro meses de prisão. Cunha estava negociando um acordo de colaboração premiada, mas os procuradores encerraram as tratativas alegando que as informações prestadas por ele eram incompletas.