Com a decisão do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) de abrir mão de um novo mandato na Câmara dos Deputados, anunciada nesta quinta-feira (24), quem deve assumir a cadeira de deputado federal no próximo dia 1º, em Brasília, é o jornalista e vereador David Michael Miranda (PSOL), de 33 anos. Ele é o primeiro suplente do partido no Rio de Janeiro.
Gay e ativista do movimento LGBT, Miranda exerce mandato na Câmara Municipal do Rio desde 2016. Ele recebeu pouco mais de 17 mil votos na eleição para deputado federal em 2018. O novo deputado é casado há 13 anos com o também jornalista americano Glenn Greenwald, que ganhou notoriedade no Brasil ao denunciar o caso de espionagem promovido pelos Estados Unidos via NSA por emio de entrevista com Edward Snowden, em 2013.
LEIA TAMBÉM: Suspeito de chefiar milícia estava preso quando recebeu homenagem de Flávio Bolsonaro
Naquele ano, Miranda foi detido pela polícia de Londres no aeroporto de Heathrow quando viajava de volta da Alemanha para o Brasil. O vereador foi interrogado e ficou detido por nove horas, acusado de terrorismo. Ele ficou incomunicável e sem direito de fazer ligações telefônicas ou contatar advogados. Greenwald denunciou o caso como sendo uma represália às denúncias que havia feito no caso Snowden.
Trajetória de vida
David Miranda nasceu em uma comunidade no Jacarezinho, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. Filho de mãe solteira, ele ficou órfão aos 5 anos e passou a morar com uma tia. Trabalhou como engraxate, panfleteiro, limpador de carros, caixa de supermercado e atendente de telemarketing. Ele se reconhece como negro, embora a cor de sua pele esteja mais para parda.
Passou se envolver na luta por direitos civis de gays e negros junto ao coletivo Juntos: a Casa da Juventude no Rio de Janeiro. Em 2014, se engajou nas eleições e filiou-se ao PSOL. Dois anos depois, ganhou nas urnas um mandato na Câmara, tornando-se o primeiro vereador gay da cidade do Rio de Janeiro. Lá, atuou ao lado da colega Marielle Franco, que foi morta a tiros ao lado do motorista Anderson Gomes em um crime que até hoje não foi esclarecido pela polícia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião