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| Foto: Marcos Corrêa/PR

Vereadores de oposição na Câmara Municipal do Rio de Janeiro conseguiram nesta terça-feira (10) as 17 assinaturas necessárias (um terço da casa) para convocar uma sessão extraordinária para discutir a abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Agora, parlamentares deverão interromper o recesso para analisar a conduta do prefeito. Uma sessão extraordinária foi marcada para acontecer na próxima quinta-feira (12), a partir das 14 horas.

Em reunião fechada no Palácio da Cidade, na semana passada, ele ofereceu a líderes religiosos ajuda para obter cirurgias de catarata e varizes, pelo SUS, para fiéis. Também acenou com a possibilidade de ajuda a pastores com problemas para obter a isenção legal de pagamento de IPTU para seus templos.

Na reunião, ele ainda apresentou aos presentes o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido e defendeu o voto em evangélicos para “dar jeito nessa pátria”. O encontro foi documentado pelo jornal O Globo.

O pedido de suspensão do recesso foi assinado por um terço dos vereadores: Babá, David Miranda, Leonel Brizola Neto, Paulo Pinheiro, Renato Cinco, Tarcísio Motta, do PSOL; Luciana Novaes e Reimont do PT; Fernando William (PDT); Átila Alexandre Nunes, Rosa Fernandes e Rafael Aloísio de Freitas, do MDB; Leandro Lira (Novo); Professor Adalmir e Teresa Bergher (PSDB); Ulisses Marins (PMN); e Zico (PTB).

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As assinaturas foram colhidas pelo vereador Tarcísio Motta. “Há previsão legal e constitucional para o impeachment. Não querermos participar de um processo açodado. Em 2016 vivemos um processo em que o direito de defesa fosse cerceado. O ideal era que ele fosse deposto nas urnas. Mas há previsão legal para o impeachment”, disse o vereador Reimont (PT).

O documento com as assinaturas será apresentado ao presidente da Câmara, o vereador Jorge Felippe (MDB). O vice-prefeito do Rio, Fernando MacDowell, morreu em maio deste ano. Há três pedidos de impeachment tramitando na Casa, movidos pelo vereador Átila Nunes (PMDB), pela bancada do PSOL e pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio de Janeiro (Sisep-Rio).

O procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que o Ministério Público também pretende investigar as denúncias feitas por parlamentares de improbidade administrativa contra Crivella. O procurador lembrou que já existem outros procedimentos em tramitação no MP-RJ. Eles questionam atitudes de Crivella em relação ao caráter laico (sem religião) do Estado.

Outro lado

O prefeito Marcelo Crivella nega favorecimento e diz que teve apenas o objetivo de prestar contas de sua gestão e apresentar aos presentes programas sociais da prefeitura, como cirurgias de catarata, varizes e vasectomia.

A assessoria de imprensa de Crivella disse, em nota, que entende que protocolar pedido de impeachment faz parte do jogo político da oposição. “Mas [Crivella] tem certeza que tanto a Câmara de Vereadores quanto o Ministério Público vão saber separar o que é realidade do que é manipulação nesse caso”, afirma o posicionamento.

Correção

O texto inicialmente publicado na terça-feira trazia um erro no terceiro parágrafo. O vereador Zico (PTB) foi um dos parlamentares que assinaram o pedido de suspensão do recesso e não Zico Bacana, como constou. Zico Bacana é do PHS e não assinou o documento. A matéria acima já foi corrigida.

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