Petistas têm ponderado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a oportunidade de uma viagem internacional programada para 26 de janeiro, apenas dois dias depois de seu julgamento pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
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Há pouco mais de um mês, Lula confirmou sua presença em um debate na cidade de Adis Abeba, na Etiópia, sobre ações de combate à fome. A previsão é que Lula passe dois dias na África, 26 e 27 de janeiro.
A confirmação aconteceu antes de o tribunal marcar para o dia 24 o julgamento do recurso que apresentou contra sua condenação no caso do tríplex.
Embora a viagem tenha sido marcada com antecedência, petistas temem que adversários usem essa agenda para alimentar rumores de que Lula pretende deixar o Brasil em caso de condenação em segunda instância.
Dirigentes do PT receiam também que a iniciativa seja associada exclusivamente à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), cujo diretor-geral, José Graziano, é amigo do ex-presidente Lula.
A pauta é segurança alimentar
Segundo petistas, esse seria um desdobramento de um encontro realizado em 2013 sobre segurança alimentar que foi organizado pela FAO, pelo Instituto Lula e pela União Africana. A aliados, Lula afirmou que informará a Justiça sobre esse compromisso no exterior.
Alguns petistas têm recomendado que o ex-presidente cancele a viagem para se poupar de desgastes. Mas, segundo colaboradores, o compromisso está mantido.
Os defensores da viagem alegam que Lula já tem recusado convites para evitar repercussão negativa. E esse foi aceito por acontecer em janeiro, um mês considerado tranquilo no mundo político. A agenda seria ainda uma oportunidade de difundir internacionalmente a tese da perseguição política.
Para alguns petistas, porém, a manutenção da viagem poderá provocar constrangimentos, com risco de retenção de passaporte a pedido da Justiça.
Aliados divergem também sobre a hipótese de Lula ir a Porto Alegre para assistir ao julgamento no TRF-4. Como sua presença não é obrigatória, ele tem sido aconselhado a ficar em São Paulo para se poupar de possíveis contratempos na região Sul, onde é maior a rejeição ao ex-presidente.
Outros sugerem que Lula vá a Porto Alegre para participar das manifestações, mesmo que o volume de militantes fique aquém das expectativas.
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