Defensor do governo Temer em qualquer circunstância, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) assina embaixo da portaria do Ministério do Trabalho que fragiliza o combate ao trabalho escravo. O parlamentar, que é um dos vice-líderes do governo, chamou a atitude do presidente de “corajosa”.
Mais que isso, Perondi ataca os fiscais do trabalho e afirmou que eles atuam como se fossem “deuses” nas suas fiscalizações e nas infrações aplicadas. “Foi uma atitude corajosa do presidente. Eles (os fiscais do trabalho) estavam soltos. ‘Somos deuses, não dependemos de ninguém’. Peraí. Não é assim não”, disse Perondi à Gazeta do Povo.
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O deputado usou um argumento comum entre os ruralistas, e aqueles que criticam e acham rigorosa a fiscalização do Grupo Móvel do Trabalho do governo, e dá exemplos que nem sempre condizem com os casos flagrados pelos auditores e fiscais. E disse que o presidente Michel Temer tocou numa área “intocável”, que envolve o Ministério Público do Trabalho, que é parte do grupo que fiscaliza e que bateu firme na portaria do governo.
“O Michel resolveu mexer numa área intocável, que é o Ministério Público do Trabalho e os fiscais. Eles vão lá numa fábrica e se um suporte de toalha caiu, pronto. Metem R$ 200 mil de multa. Na outra, veem que naquele momento não tinha sabonete na saboneteira. Tome R$ 50 mil de multa”.
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Perondi diz que o presidente irá fazer apenas algumas alterações e adotar sugestões da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que deu dez dias para a revogação da portaria. Do contrário, vai ao Judiciário contra a medida.
O governo, segundo Perondi, irá continuar abordando parlamentares para derrubar a segunda denúncia do Ministério Público contra Temer. Também nas suas contas o governo deve ter um “pouco mais ou menos” que 260 votos na próxima quarta-feira (25), no plenário da Câmara. E voltou a defender liberação de emendas parlamentares e audiência dos deputados com Temer no Palácio do Planalto.
“Evidente que tem que usar as emendas. Imagina! Ele vai continuar atendendo os deputados até 30 horas por dia no seu gabinete”.
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