Não prosperou, na reforma política, o fim da figura do vice para todos os cargos: vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito. Era uma ideia fixa do relator da reforma, deputado Vicente Cândido (PT-SP), que estima em R$ 500 milhões anuais as despesas com esses cargos, para ele, irrelevantes. Um “luxo de terceiro mundo”, entende o petista.
Ele foi derrotado na manhã desta quinta-feira (10), na votação em separado desse assunto na comissão da reforma política na Câmara. E perdeu por goleada: 19 a 6. O tema ainda será discutido no plenário, mas sem chances de ser aprovado. São necessários 308 votos para aprovar e o lobby pró-vice e o corporativismo falam mais alto.
“Muito esbanjamento”
“Ter vice é um luxo de terceiro mundo. São R$ 500 milhões gastos com um cargo que é de expectativa de assumir. O vice do Distrito Federal (Renato Santana, do PSD), por exemplo. Ele tem cem cargos e sua vida é fazer campanha contra o governador (Rodrigo Rollemberg, do PSB) o tempo inteiro. Tem um vice numa cidade do Maranhão que ganha R$ 15 mil e fica cuidando de suas empresas. E o TSE ainda aprovou décimo-terceiro e férias para vice! É muito esbanjamento”, disse Cândido, ao defender o fim dos vices.
O relator estima que a “indústria” do vice gere entre 12 mil a 15 mil cargos no país. “Eu vou manter 15 mil de assessores que não assessoram coisa nenhuma ou eu vou atrás de mais médicos?”, indagou o deputado. Cândido ainda citou a crise financeira do Rio de Janeiro e questionou os números do vice no estado, o ex-senador Francisco Dornelles, do PP. “O Rio de Janeiro está quebrado e tem um vice-governador que tem 22 assessores. O custo é de R$ 22 milhões por mês. É muito luxo”.
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