Num Congresso Nacional que anda refratário às ações de procuradores, policiais, delegados e juízes envolvidos na Lava Jato o filme sobre a operação - "Polícia Federal, a lei é para todos" - está longe de ser uma favorável unanimidade entre os parlamentares. As opiniões divergem e um ingrediente novo, que não consta no filme, induz a avaliações negativas de alguns deputados: a possível revisão da delação da JBS e o "escorregão" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no episódio.
Alguns deputados foram procurados pela Gazeta do Povo e perguntados se iriam assistir ao filme. É fato que o alinhamento político do parlamentar pesa no tom das respostas.
"Pretendo assistir sim, mas não vou pagar por isso. Mesmo sendo petista, não sou do tipo 'não vi e não gostei'. Quero ver. Só não vou gastar um centavo para assistir a uma propaganda de política partidária da direita" - disse o deputado Jorge Solla (PT-BA), um dos vice-líderes da legenda.
Alguns deputados, mesmo dizendo que irão assistir, evitam exceder nos elogios.
"Tendo uma oportunidade, vou sim. Numa sala de cinema ou num DVD" - respondeu Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
“Claro que vou assistir! Até mesmo para ver se o Ministério Público cometeu, de acordo com o script, exageros ou não!” - disse o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), um ex-coronel da Polícia Militar.
"Gosto de ler, de cinema. Nem sempre estou livre, mas pretendo ir" - disse o deputado Ricardo Trípoli, líder do PSDB, sem se estender nos comentários.
Alguns parlamentares que, por alguma razão, tem suas broncas com Rodrigo Janot, caso dos aliados do presidente Michel Temer, ironizam.
"Claro que vou assistir! Vou lá para aprender com o Janot como não se faz" - disse Darcisio Perondi (PMDB-RS), da linha de frente da defesa de Temer.
A reviravolta que pode ter o caso dos donos da JBS, cuja delação pode ser revista e o risco desses delatores serem presos, ensejam outros comentários.
"Bom, terá que ser feito outro filme agora, né? O Lava Jato 2. O filme precisa ter sequência depois dessa confusão do Janot, ou a história não estará completa" - disse Ricardo Izar Júnior (PP-SP).
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