| Foto: Lula Marques/Agência PT

Os pedidos de impeachment contra o mandato de Michel Temer já se acumulam na Secretaria Geral da Mesa da Câmara, responsável pela abertura ou não desse processo. Até a noite desta sexta-feira (2) haviam sido protocolados 23 pedidos de afastamento do presidente. Desse total, 18 surgiram após a revelação do escândalo da delação dos donos da JBS, ocorrida há duas semanas.

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Entre os autores dos pedidos, a diversidade é grande: desde o major Junio Alves Araújo, que é vice-prefeito de Goiânia e filiado ao PRP, até o advogado Rodrigo Rocha Rodrigues, que é xará do ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de propina.

Alguns pedidos são de entidades e movimentos sociais ligados ao PT, caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Outra solicitação é do vereador petista Conrado Luciano, da cidade de Santos Dumont (MG).

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Outro requerimento que chama a atenção é de autoria de Antônio Ricardo Accioly Campos, irmão do falecido governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que morreu num acidente de avião em plena campanha eleitoral para presidente de 2014. Um ano depois, em 2015, Ricardo defendeu o impeachment de Dilma Rousseff e declarou à época que o Brasil precisava de serenidade e que “Temer tem diálogo para isso”. Já não acha mais.

O número de páginas de cada um dos pedidos varia muito. Tem um com apenas três páginas e outro, o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, com quase 250 páginas. Na abertura de cada pedido, o autor insere uma citação de um pensador ou de um filósofo. O advogado Luís Carlos Crema, de Brasília, incluiu a seguinte frase inaugural no pedido que protocolou: “Toda gente tem a missão de esmagar, onde ela se erga, a cabeça da hidra que se chama o arbítrio e a ilegalidade”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), até agora indeferiu apenas um dos 23 pedidos, de autoria do Movimento Estudantil Nova Mobilização, que, simplesmente, defendia a queda do presidente e de todos os ministros do Supremo, governadores, prefeitos e vereadores do país.

Entre 2012 e 2016, a então presidente Dilma Rousseff foi alvo de 68 pedidos de impeachment: três na gestão de Marco Maia (PT-RS) como presidente da Câmara; 11 sobre o comando de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e 54 quando o presidente era Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que abriu o processo decisivo que cassou o mandato da petista.