Mobilizações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocorrem nas principais capitais brasileiras neste 7 de setembro, 199º aniversário da Independência do Brasil. Até o momento, os atos seguem de maneira pacífica. Acompanhe, ao longo da matéria, o movimento em cada região. O feriado também teve registro de protestos contra o governo, mas em número bem menor.
Na manhã desta terça-feira, o presidente participou dos atos em Brasília, onde discursou a apoiadores e voltou a falar em "ultimato a todos da Praça dos Três Poderes". "Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer sentença que venha de fora das quatro linhas da Constituição", disse.
"Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil", afirmou Bolsonaro. O presidente deve se dirigir a São Paulo, para participar da manifestação que ocorre na Avenida Paulista.
Mais cedo, o chefe do Executivo participou da solenidade cívica de hasteamento da bandeira do Brasil no Palácio da Alvorada. A cerimônia teve início às 9h e substituiu o tradicional desfile cívico-militar de 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, que, pelo segundo ano consecutivo, não ocorreu, em razão da pandemia de Covid-19.
Militares, evangélicos, ruralistas, policiais militares e caminhoneiros são alguns dos principais grupos que saem às ruas ao longo do dia em apoio à gestão de Bolsonaro. De acordo com os organizadores, os atos são em defesa da democracia, da Constituição, da liberdade e das instituições.
Opositores do presidente, por outro lado, protestam contra a condução do governo em relação à pandemia e a agenda de privatizações da equipe econômica.
Bolsonaro reitera discurso de “jogar dentro da Constituição”
Em seu discurso em Brasília, Bolsonaro afirmou que o ato desta terça-feira representa um "ultimato a todos da Praça dos Três Poderes". O presidente não citou nomes, mas disse na fala que o Brasil não pode “admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”. Bolsonaro está em rota de colisão com dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O nome de ambos foi bastante citado, em tom de crítica, pelos apoiadores de Bolsonaro que foram à Esplanada dos Ministérios.
Bolsonaro declarou também que mostrará aos representantes dos demais poderes que “o povo indicará para onde o Brasil deve ir”. Ele afirmou que estará, na quarta-feira (8), no Conselho da República, colegiado que une o presidente, os comandantes de Câmara e Senado, o Ministro da Justiça e outras autoridades. E, segundo Bolsonaro, ele levará ao Conselho essa “fotografia” que indicará o direcionamento sugerido pelo povo.
O presidente ainda criticou o que chamou de prisões políticas que estariam ocorrendo no Brasil. “Não podemos mais aceitar”, declarou. Após a fala de Bolsonaro, o locutor do carro de som prestou homenagem ao deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e ao ex-deputado Roberto Jefferson, ambos presos após realizarem ameaças a membros do STF. Jefferson foi também lembrado por participantes da manifestação, que carregavam adesivos e cartazes alusivos a ele, que é o presidente nacional do PTB. O locutor da manifestação citou o nome do cantor e ex-deputado Sérgio Reis, que entrou na mira do Judiciário após ter defendido a destituição de ministros do Supremo.
O discurso de Bolsonaro em Brasília foi acompanhado por autoridades como os ministros Braga Netto (Defesa), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), os senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO), deputados como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Caroline de Toni (PSL-SC), Bia Kicis (PSL-DF) e Hélio Lopes (PSL-RJ) e a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr.
Rio de Janeiro: manifestantes enchem Avenida Atlântica
Manifestantes a favor do presidente Jair Bolsonaro começaram a se deslocar rumo à Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, por volta das 9h desta terça-feira. As três pistas da avenida foram ocupadas. A cidade deve registrar a terceira maior manifestação pró-governo, depois de Brasília e São Paulo, cujo ato ocorre na Avenida Paulista.
Brasília: forte presença de público e esquema de segurança
Em Brasília, forte presença de público pró-Bolsonaro ocupou a Esplanada dos Ministérios, local onde o presidente discursou a apoiadores. O protesto na capital do país foi marcado pela definição do STF como principal alvo dos manifestantes. Antes objetos principais das críticas, agora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e as esquerdas foram pouco citados. Deputados e senadores de outros partidos foram, em sua maioria, ignorados.
A Praça dos Três Poderes foi interditada por gradil e linha de policiais. Alguns dos manifestantes tentaram furar os bloqueios e a Polícia Militar reagiu com bombas. Grande parte, a manifestação foi pacífica.
A cinco quilômetros da área em que estavam reunidos os manifestantes favoráveis ao governo, um grupo contrário ao presidente Jair Bolsonaro se aglomerou na região da Torre de TV, em Brasília. O volume de pessoas no ato é muito menor do que no ato a favor do governo. Até o momento, os movimentos seguem pacíficos.
São Paulo: atos pró-Bolsonaro ocupam a Avenida Paulista
Em São Paulo, manifestantes favoráveis ao governo Jair Bolsonaro ocupam a Avenida Paulista. Espera-se que o presidente vá até o local a partir de 14h.
Belo Horizonte: atos pró e contra Bolsonaro ocupam diferentes pontos da capital
Em Belo Horizonte, os manifestantes pró-Bolsonaro saíram em carreata da Avenida Antônio Abrahão Caram, na Pampulha, e seguiram em direção à Praça da Liberdade, localizada na região Centro-Sul da capital mineira. A manifestação teve início às 9h.
Na praça, uma estrutura foi montada com bonecos infláveis do presidente, além das faixas e cartazes, em inglês e português, que também estão presentes nas demais capitais.
Já os manifestantes contrários ao governo federal se concentraram na Praça Afonso Arinos, localizada na região central da capital. De lá, o chamado “Grito dos Excluídos” seguirá para a Praça da Estação, também no centro.
Salvador: manifestantes pró-governo são acompanhados por trios elétricos
Na região do Farol da Barra, em Salvador, manifestantes a favor do governo federal se reuniram a partir das 9h e, na sequência, seguiram para o Morro do Cristo, acompanhados de três trios elétricos. Além da defesa do presidente Jair Bolsonaro, os manifestantes também pedem pela intervenção no Supremo Tribunal Federal e no Congresso.
Em outra área da cidade, na região de Campo Grande, os manifestantes contrários ao governo federal também promoveram uma manifestação. Em caminhada, o grupo seguirá pela Avenida Sete de Setembro em direção à Praça Castro Alves, na região central da capital baiana. Faixas e cartazes pedem vacinas contra a Covid-19, melhoria no auxílio emergencial e a saída do presidente.
Curitiba: Manifestantes pró-governo chegam mais cedo ao protesto
As manifestações a favor do governo federal estão marcadas para às 14h em Curitiba, mas algumas pessoas chegaram mais cedo à região do Centro Cívico, especialmente à Praça Nossa Senhora de Salete. Os manifestantes carregam faixas com frases em português e em inglês, pedindo por intervenção no STF e no Congresso. Além do tradicional verde e amarelo, alguns manifestantes usavam roupas de estilo militar.
Mais para o fim da tarde, a partir das 16h, está prevista outra manifestação na capital paranaense, mas com reivindicações críticas ao governo federal. A concentração deste grupo será feita na praça Santos Andrade, em frente à sede da Universidade Federal do Paraná.
Belém: membros da etnia Xukuru-Kariri se juntam aos protestos contra o governo
Em Belém, os manifestantes pró-Bolsonaro se concentraram no Porto Futuro e na região da Escadinha, no bairro Campina, próximo ao porto. Na sequência, caminharam pela rua Presidente Vargas. O protesto foi marcado por críticas ao Judiciário, ao ministro Alexandre de Moraes, e a favor das eleições com voto impresso, além de pedidos por intervenção militar.
Na capital paraense também se reuniram grupos contrários ao governo, com a presença de indígenas da etnia Xukuru-Kariri do município Palmeiras dos Índios, que protestavam contra o Marco Temporal. A manifestação se juntou ao Grupo dos Excluídos, que está na 27ª edição na capital, e foi organizada por movimentos sociais, pastorais, centrais sindicais e partidos políticos. O grupo se reuniu primeiro no Largo do Redondo, no bairro Nazaré, para um ato religioso ecumênico e depois seguiu, em caminhada, pela avenida Nazaré.
Florianópolis: Protestos na capital e bloqueios nas rodovias do estado
Os dois sentidos da avenida principal na Beira-mar, em Florianópolis, foram ocupados na manhã deste feriado da Independência por manifestantes pró-Bolsonaro. A partir de uma concentração no Trapiche da Beira-mar, o grupo seguiu em caminhada até a sede da Justiça Federal na capital catarinense. Por conta disso, o trânsito teve de ser desviado para ruas na região central da cidade e nas vias marginais. A avenida principal foi liberada por volta do meio-dia.
As manifestações pró-governo também geraram bloqueios em rodovias no estado. Até o começo da tarde, sete cidades haviam registrado protestos com bloqueios, gerando filas e lentidão no trânsito. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, as BRs 101, 116, 153 e 280 tiveram pontos de interdição.
Porto Alegre: manifestações foram registradas pela manhã e à tarde
Porto Alegre também registrou manifestações a favor e contrárias a Bolsonaro. Durante a manhã, os protestos foram críticos às medidas adotadas pelo governo federal de combate à pandemia da Covid-19. Os manifestantes se reuniram por volta das 11h debaixo do viaduto da João Pessoa, local que recebeu um ato ecumênico. Além do protesto, o grupo ofereceu um almoço solidário às pessoas em situação de rua.
No início da tarde, a partir das 15h, manifestantes se reuniram a favor do governo no Parque Moinhos de Vento. Manifestantes simpatizantes ao presidente também saíram em carreata pela manhã e bloquearam a avenida Assis Brasil, em frente à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.
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