Mesmo tendo comandado a operação e detido vândalos, coronel Naime está preso por suposta “omissão” nas depredações de 8 de janeiro| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou, nesta sexta-feira (10), a favor do pedido de liberdade provisória ao coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que está preso há 15 meses por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

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Coronel Naime foi preso no dia 7 de fevereiro de 2023 durante desdobramento da Operação Lesa Pátria, mas só teve denúncia enviada pela PGR a Alexandre de Moraes em agosto de 2023 por meio de uma petição sigilosa. A prisão está relacionada a uma suposta omissão em relação aos atos violentos de 8 de janeiro em Brasília. No entanto, o policial estava de férias no dia das depredações e mesmo assim, ao saber do ocorrido, deslocou-se à Praça dos Três Poderes e passou a comandar as tropas para desmobilizar os manifestantes.

A defesa do militar havia ingressado com um novo pedido de liberdade no STF nesta segunda-feira (6), mesma data em que o ex-comandante teve publicada no Diário Oficial do Distrito Federal a transferência para a reserva remunerada.

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À Gazeta do Povo, a esposa do coronel, Mariana Adôrno Naime celebrou a manifestação da PGR. “Agora estamos aguardando o deferimento positivo do ministro Alexandre de Moraes para garantir a liberdade e a inocência dele. Acreditamos na Justiça e esperamos que a verdade prevaleça”, disse.

“Naime é um verdadeiro herói. Homem e ser humano valoroso, profissional que cumpriu seu dever de servir e proteger a sociedade com o risco da própria vida. Abriu mão de tempo com a família por amor à profissão, deixando um legado irretocável frente à PMDF”, prossegue Mariana.

Quem é o coronel Naime

De perfil discreto e avesso a manifestações partidárias, o oficial estava de férias no dia das depredações e mesmo assim, ao saber do ocorrido, deslocou-se à Praça dos Três Poderes e passou a comandar as tropas para desmobilizar os manifestantes.

Durante a ação, prendeu vândalos e chegou a ser atingido por um rojão disparado por um dos manifestantes, o que ocasionou diversos ferimentos em suas pernas. Mesmo assim, quase um mês após o episódio, foi preso sob a suspeita de omissão durante os ataques.

Ao longo dos 15 meses desde a prisão, a defesa do coronel apresentou uma série pedidos de soltura. Em algumas delas, Moraes repetiu que é “evidente a necessidade da manutenção da custódia para resguardar a ordem pública e por conveniência da instrução criminal”. Segundo o ministro, há risco de que o investigado possa, em liberdade, “comprometer as investigações, a colheita de provas e a persecução penal”.

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Em dezembro do ano passado, o ministro Gilmar Mendes também negou um pedido de liberdade ao militar.

Na prisão, o oficial passa por uma situação delicada de saúde: perdeu 16 quilos, apresenta quadro depressivo, insuficiência renal e possui comorbidades. Naime viu apenas três vezes os cinco filhos menores de idade desde fevereiro de 2023. Um deles, de 15 anos, passa por situação delicada de saúde – portador de hidrocefalia e Síndrome de Chiari, teve seu quadro agravado desde a prisão do pai.